CRUZAMENTO INDUSTRIAL

“Pelo zero”: confira as dicas para garantir bovinos mais adaptados ao calor

Zootecnista Alexandre Zadra explica como escolher a genética ideal para produzir animais com pelo curto, mais adaptados ao calor, usando Angus, Brangus, Bonsmara e outras raças. Assista ao vídeo

“Pelo zero”: confira as dicas para garantir bovinos mais adaptados ao calor
“Pelo zero”: confira as dicas para garantir bovinos mais adaptados ao calor

Se você cria gado em regiões quentes e enfrenta problemas com animais peludos e pouco adaptados ao calor, saiba que a genética pode ser sua maior aliada. Foi o caso do pecuarista Reinaldo Hipólito, de Glória de Dourados (MS), no quadro “Giro do Boi Responde” com uma dúvida recorrente: é possível escolher touros de genética “pelo zero”? Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta completa.

A resposta veio do zootecnista Alexandre Zadra, especialista em cruzamento industrial e autor do blog Crossbreeding.

Segundo ele, animais com muito pelo tendem a ter menor desempenho em regiões de verão intenso, como o Centro-Oeste. A boa notícia é que essa característica pode ser corrigida com o uso estratégico de touros com genética adequada.

Angus e Brangus: qualidade e rusticidade no calor

Zadra explica que matrizes azebuadas – ou seja, com sangue europeu em algum ponto da linhagem – quando cruzadas com touros europeus como o Angus, costumam produzir bezerros peludos.

Isso porque parte do sangue europeu “escondido” nas vacas interfere na característica do pelame dos descendentes.

Nesse cenário, uma ótima opção para evitar animais peludos é o uso do Brangus (5/8 Angus + 3/8 Nelore).

Além de garantir 100% de heterose, os produtos são padronizados na pelagem preta e adaptados ao calor tropical. É uma estratégia muito utilizada para produzir carne de qualidade com rusticidade.

Outras opções de touros com bom desempenho no calor

Lote de bovinos Santa Gertrudis em prova de eficiência alimentar. Foto: Divulgação/ABSG
Lote de bovinos Santa Gertrudis em prova de eficiência alimentar. Foto: Divulgação/ABSG

Além do Brangus, o especialista recomenda outras raças que garantem bom desempenho produtivo e menor cobertura de pelo em cruzamentos com vacas azebuadas, como:

  • Canchim – Ideal para quem busca animais de maior porte;
  • Santa Gertrudis – Raça americana de bom ganho de peso e rusticidade;
  • Black Simental e Charolês – Indicados especialmente para corte de alta performance;
  • Bonsmara – Excelente alternativa, com alta heterose e ótima adaptação ao clima quente.

Esses cruzamentos geram bezerros com mais precocidade, boa conversão alimentar e menor cobertura de pelos, o que favorece o desempenho em sistemas a pasto.

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Existe touro “pelo zero”?

Sim. Alexandre Zadra lembra que nos Estados Unidos já existem DEPs específicas para pelame, chamadas de DEP para “hair coat”.

Quanto mais TOP for o índice, menos pelo o touro transmite aos seus filhos. Essa tecnologia é amplamente usada por criadores no Sul do Brasil e pode ser uma opção para quem busca reprodutores com essa característica.

“Todo europeu ganha pelo no inverno, mas alguns têm maior capacidade de perder esse pelo no verão, o que ajuda muito nas regiões mais quentes”, reforça o especialista.

Em resumo:

✔️ Evite usar touros europeus em vacas azebuadas se busca animais mais adaptados ao calor.
✔️ Prefira raças como Brangus, Canchim, Santa Gertrudis ou Bonsmara para garantir bezerros com menos pelo.
✔️ Considere o uso de touros com DEP para pelame se for utilizar genética americana.

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