A recuperação de pastos degradados é um desafio comum no Brasil, mas o engenheiro agrônomo Mateus Arantes, um dos responsáveis pelo Sistema São Mateus, mostrou que é possível transformar áreas com baixo custo. Assista ao vídeo abaixo e confira.
Durante uma entrevista, ele explicou como investiu apenas R$ 300 por hectare em uma técnica recomendada pela Embrapa, especialmente eficaz para enfrentar a seca. Arantes enfatizou a importância de um manejo integrado e cuidadoso da pastagem.
“O segredo está no manejo do pasto. Fechamos a área, jogamos sementes e utilizamos um rolo-faca para incorporar a matéria orgânica ao solo. Esse trabalho com capim e brotos foi feito em uma região arenosa, perto de Jaraguari, no Mato Grosso do Sul, com apenas 10% de argila”, relatou Mateus Arantes.
O resultado surpreendente veio com o rebroto do capim, que abafou plantas daninhas e melhorou a cobertura do solo.
Manejo como solução para a seca
Segundo Mateus Arantes, a época das águas é o momento ideal para se preparar para a seca.
“Muitos pecuaristas cometem o erro de sobrecarregar os pastos no período chuvoso, o que compromete a qualidade da forragem durante a estiagem”, explicou.
Ele destacou que um planejamento antecipado, incluindo técnicas como o diferimento de pasto, pode reduzir significativamente os custos da produção.
Além de evitar o uso excessivo de herbicidas, Arantes defende o aproveitamento das leguminosas nativas do cerrado como parte da dieta animal.
Estudos da EPAMIG já demonstraram que essas plantas podem compor até 30% da alimentação do gado, contribuindo para a biodiversidade e a fertilidade do solo.
Benefícios do Sistema São Mateus
O Sistema São Mateus, desenvolvido em parceria com a Embrapa, combina baixo custo com alta eficiência.
Em vez de uma reforma completa, que pode custar até R$ 5.000 por hectare, a técnica utiliza sementes a lanço, manejo mecânico e controle natural para revitalizar o pasto.
A abordagem garante melhor rebrote nas próximas águas, aumentando a capacidade de suporte da área.
“O diferencial está em entender o ecossistema como um todo. Não se trata apenas de produzir carne, mas também de preservar o solo, a água e a biodiversidade”, destacou Arantes.
Ele reforça que a adoção de soluções sustentáveis é essencial para manter a rentabilidade da pecuária a longo prazo.
O impacto do manejo no custo-benefício
A área recuperada em Jaraguari é um exemplo prático de como o manejo adequado pode gerar resultados expressivos com investimentos reduzidos.
“Não tem segredo: o manejo bem feito nas águas prepara o terreno para uma estiagem menos custosa. Evitar erros agora significa economizar muito mais no futuro”, afirmou o engenheiro.
Com essa abordagem, Mateus Arantes reafirma a importância de se profissionalizar na pecuária, adotando soluções simples, eficazes e sustentáveis que beneficiam o produtor e o meio ambiente.
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