Marcelo Campos, pecuarista da região norte de Mato Grosso, enfrenta desafios comuns no manejo de pastagens de Panicum em sua fazenda próxima a Juína. Com 80% da propriedade dedicada a esta gramínea, ele observa um crescimento excessivo das touceiras, que ultrapassam um metro de altura, resultando em pastos com muitos talos. Sabemos que o gado prefere folhas a talos, e otimizar a lotação é essencial para evitar que o pasto fique rapado ou passado. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações.
O engenheiro agrônomo Wagner Pires, especialista em pastagens, recomenda diversificar as espécies de gramíneas na propriedade para facilitar o manejo. O Panicum é altamente produtivo, mas um manejo correto exige ajustes na carga animal.
Wagner destaca a importância de não depender exclusivamente do Panicum em todas as fases de produção. Durante a recria, onde a massa de capim é crucial, pode-se optar por gramíneas como a braquiária, que oferecem fácil manejo e rápida rebrota.
Manejo otimizado vem variedades de Panicum e ajuste de carga
Na fase de terminação, o Panicum é mais adequado, mas deve ser mesclado com outras variedades para evitar sobrecarga no manejo.
Wagner recomenda manter no máximo 50% da área total com Panicum e integrar espécies como braquiária, estrela ou tifton, especialmente para a fase de parição, proporcionando capim de altura mais baixa.
Para otimizar o uso do pasto de Panicum e assegurar que o gado tenha acesso a capim fresco e de qualidade, Wagner sugere implementar um sistema de pastejo rotacionado.
Em regiões como Juína, é indicado um período de descanso do pasto entre 25 e 30 dias, com os piquetes sendo usados por no máximo 7 a 10 dias. Este método não só evita pastos rapados mas também garante um fornecimento contínuo de pasto novo e nutritivo aos animais.
Benefícios do pastejo rotacionado
O sucesso no manejo do Panicum está em proporcionar um equilíbrio entre pastejo e descanso. Wagner enfatiza que, embora o gado inicialmente possa resistir à mudança frequente de pasto, ele logo se adapta à qualidade superior do capim disponível.
O pastejo rotacionado não só melhora a saúde do pasto, mas também maximiza a produção de carne por hectare ao oferecer aos bovinos um pasto mais nutritivo.
Para garantir o sucesso, é necessário realizar um estudo detalhado da área para implantar o sistema rotacionado de forma eficiente. Essas práticas ajudam a manter a sustentabilidade das pastagens e a saúde do rebanho a longo prazo, contribuindo para maior produtividade e qualidade no manejo agropecuário.
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