Pequena no tamanho, mas enorme nos prejuízos: a mosca doméstica pode transmitir mais de 200 doenças, tanto para os bovinos quanto para os seres humanos. E mais: cada uma delas pode carregar até 2 milhões de bactérias. Assista ao vídeo abaixo e confira.
O alerta é da zootecnista Margareth Dellatorre, consultora da Vetoquinol Saúde Animal, em entrevista ao Giro do Boi, onde explicou por que essa praga representa uma ameaça silenciosa, mas grave, para as propriedades rurais.
Além de incômodo constante, a mosca doméstica é vetor de doenças como colibacilose, mastite, ceratoconjuntivite e diarreias, que afetam diretamente a produtividade do rebanho.
“Em muitas fazendas, a infestação é tão alta que os animais não conseguem se alimentar direito, ficam estressados, não ganham peso e as fêmeas sofrem queda de fertilidade”, destaca Margareth.
Ciclo rápido e presença constante no campo e na cidade
A mosca doméstica é a espécie mais comum no Brasil, e seu ciclo de vida pode se completar em apenas 5 a 7 dias no verão.
Isso significa que, a cada semana, uma nova geração pode surgir. Mesmo no inverno, o ciclo só se estende para 24 a 30 dias, o que mantém o risco de infestação praticamente o ano todo, especialmente em regiões quentes e úmidas.
“Um único casal de moscas pode gerar até 125 mil descendentes em quatro semanas”, alerta a zootecnista.
E o pior: ela está presente em currais, silagens, bebedouros, debaixo de cochos e até nas casas e restaurantes próximos às áreas rurais.
Controle exige manejo correto e produto específico
Diferente da mosca do chifre, que vive no animal, a mosca doméstica se prolifera em matéria orgânica em decomposição, como restos de silagem, esterco úmido, cama de frango e resíduos próximos aos currais. Por isso, o controle deve ser feito nas instalações, e não diretamente nos animais.
“Não adianta aplicar produto no gado esperando resolver o problema com a mosca doméstica. O controle é no ambiente”, explica Margareth.
A Vetoquinol lançou o Flycron® Plus, produto específico para essa praga.
Ele deve ser diluído em água e aplicado com pincel nas paredes, cercas, locais de pouso da mosca e até em barbantes embebidos, que funcionam como áreas de descanso para atraí-las e eliminá-las.
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Uso correto evita resistência e desperdício
Um dos maiores erros dos produtores, segundo a especialista, é usar o produto na dosagem errada. A subdosagem facilita o desenvolvimento de resistência da mosca, enquanto a superdosagem representa desperdício de dinheiro.
“A bula foi feita com base em muitos testes. Siga exatamente como está ali”, orienta.
Margareth também reforça que é fundamental fazer o controle de larvas, manter o ambiente seco, retirar o excesso de matéria orgânica e consertar vazamentos.
“É o conjunto de ações que garante um controle eficiente”, conclui.
Mosca doméstica: perigo invisível à saúde humana
Além dos danos zootécnicos, a mosca doméstica é também uma transmissora de zoonoses, ou seja, doenças que passam dos animais para os humanos.
Ao pousar nos alimentos, utensílios e na pele, ela deposita microrganismos perigosos.
“A mesma mosca que pousa no olho do gado pode pousar no seu prato de comida”, alerta Margareth.
Por isso, o combate a essa praga vai além do bem-estar animal — é também uma questão de saúde pública, especialmente em propriedades que produzem leite ou carne para consumo direto.
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