Uma notícia muito triste para a nossa pecuária. O Brasil perdeu neste final de semana o cientista que humanizou o setor, o professor Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa.
Sua partida, aos 68 anos, vítima de câncer, deixa uma lacuna enorme no agronegócio. Ele era docente da Unesp de Jaboticabal e fundador do Grupo Etco, dedicado a estudos em Etologia e Ecologia Animal.
Mateus Paranhos também foi sócio-diretor da empresa B.E. Animal, e seu trabalho incansável transformou a forma como lidamos com o gado.
Foi através dos seus estudos, pesquisas e experimentos que surgiram as mais importantes práticas de bem-estar animal. Essas práticas, aplicadas no dia a dia das fazendas, mudaram a maneira tradicional do pecuarista manejar seu rebanho.
Confira abaixo algumas lições já passadas por Paranhos através do Giro do Boi:
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Produtividade com respeito e ciência
As inovações de Mateus Paranhos proporcionaram altas taxas de produtividade. Isso foi alcançado a partir de práticas racionais e tranquilas na lida com o rebanho.
Por quase 40 anos, Mateus Paranhos, que era pós-doutor por uma universidade britânica, dedicou-se à pesquisa aplicada em sistemas de produção bovina.
Seu foco sempre foi entender o ponto de vista do animal para propor soluções que unissem a ciência e o respeito mútuo.
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Desde a fundação do Grupo Etco, em 1992, o professor Mateus se tornou o pioneiro no estudo do impacto do estresse animal sobre o desempenho zootécnico. Ele abriu espaço para tecnologias que hoje são essenciais no campo.
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Um legado de inovação e humanidade
Mateus Paranhos foi o grande propulsor de tecnologias como brincos eletrônicos, currais antiestresse, e protocolos de embarque, transporte e desembarque de bovinos.
Era dele a frase: “Bem-estar não é luxo, mas sim a condição de eficiência”. Com isso, ele formou uma geração de pesquisadores, técnicos e produtores.
Graças ao seu trabalho, o Brasil se posiciona hoje como líder global em práticas sustentáveis na pecuária. O professor Mateus Paranhos era um inimigo ferrenho de algumas práticas ainda comuns aqui no Brasil.
Ele combatia a castração por canivete ou burdizo, ferrões, choques e gritaria com o gado. Ele também não admitia que o pessoal de lida fosse chamado de peão; para ele, eram vaqueiros ou boiadeiros.
Fica aqui o nosso agradecimento ao professor do bem-estar bovino. Que o trabalho dele continue posicionando o Brasil como o celeiro de produção mundial de carne sustentável. Nossas mais sinceras condolências à família.
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