CRUZAMENTO INDUSTRIAL

Marchigiana é boa opção para bezerrada precoce com matrizes Nelore e Tabapuã?

Raça italiana impressiona na produção de carne, mas não entrega precocidade como Angus ou Girolando em cruzamentos com zebuínos. Assista ao vídeo

Marchigiana é boa opção para bezerrada precoce com matrizes Nelore e Tabapuã?
Marchigiana é boa opção para bezerrada precoce com matrizes Nelore e Tabapuã?

Se você, como o pecuarista Samy Lemo, de Monte Azul Paulista, está pensando em cruzar suas matrizes zebuínas Nelore e Tabapuã com uma raça taurina para turbinar o rebanho, vale considerar com cuidado o uso de touros Marchigiana. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações.

A dúvida foi respondida por Alexandre Zadra, zootecnista e referência nacional em genética bovina e cruzamento industrial, no quadro “Giro do Boi Responde” desta quarta-feira, 30 de abril.

Segundo Zadra, a Marchigiana — originária da Itália — foi desenvolvida com o objetivo claro de entregar alta produção de carne e carcaças volumosas, com foco na produção de cortes nobres.

No entanto, pecuaristas que buscam precocidade sexual, fertilidade e eficiência reprodutiva em cruzamentos com zebuínos podem se frustrar com a Marchigiana se ela for usada fora de um sistema terminal.

Angus e Girolando são alternativas mais eficazes para precocidade

Touro Angus. Foto: Divulgação
Touro Angus. Foto: Divulgação

Ao contrário das raças continentais como a Marchigiana, que são grandes e de maturação tardia, raças como o Angus, o Hereford e até mesmo o Girolando — em determinadas estratégias — se mostram mais vantajosas quando o objetivo é formar bezerrada precoce e aproveitar ao máximo a heterose com vacas F1.

“Se a ideia é tirar apenas uma cria das fêmeas e abatê-las, a Marchigiana pode entrar como cruzamento terminal. Mas se houver interesse em aproveitar essas fêmeas no rebanho, o ideal é optar por raças de melhor fertilidade e precocidade”, explicou Zadra.

Ele ressalta ainda que a cor branca da Marchigiana pode ser uma vantagem estética, mas que existem poucas outras raças europeias com essa coloração, e o cruzamento com o Belgian Blue, por exemplo, gera animais manchados — o que pode não agradar em certos mercados.

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Estratégia terminal com Marchigiana é viável

Touro da raça Marchigiana. Foto: Divulgação
Touro da raça Marchigiana. Foto: Divulgação

Para produtores como Samy, que pretendem usar a Marchigiana em cruzamento terminal, a estratégia é válida.

Nesse caso, o objetivo é obter bezerros pesados e com boa conformação de carcaça, levando em conta que não haverá aproveitamento das fêmeas no plantel.

Entretanto, se o foco for formar matrizes produtivas com boa habilidade materna e precocidade sexual, a recomendação segue clara: raças britânicas como Angus ainda são as mais indicadas.

Inclusive, o uso do Girolando pode entrar na estratégia quando o sistema também envolve produção leiteira ou cria intensiva.

Escolha da raça deve considerar o objetivo do sistema

A mensagem de Zadra é objetiva: antes de escolher a raça taurina no cruzamento com Nelore ou Tabapuã, o pecuarista precisa definir se busca um cruzamento terminal ou um ciclo completo com aproveitamento de fêmeas.

A Marchigiana entrega resultados consistentes em carne, mas não compete com Angus ou Hereford quando o tema é precocidade e fertilidade.

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