CRUZAMENTO

Jersey com Gir Leiteiro: pecuarista relata problemas de parto. Saiba o que pode ser

Conheças as estratégias e cuidados para evitar complicações no cruzamento de vacas taurinas Jersey com genética de reprodutores zebuínos como o Gir Leiteiro

Jersey com Gir Leiteiro: pecuarista relata problemas de parto. Saiba o que pode ser
Jersey com Gir Leiteiro: pecuarista relata problemas de parto. Saiba o que pode ser

O cruzamento de vacas Jersey com touros Gir Leiteiro tem gerado preocupações entre pecuaristas, especialmente devido a relatos de dificuldades de parto. André Max Tormen, engenheiro agrônomo e pecuarista de gado leiteiro há mais de 30 anos, compartilhou suas experiências com o Giro do Boi. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Segundo ele, problemas como enrosco e morte de mãe e filho são comuns quando esse cruzamento é realizado.

A questão foi trazida à tona em uma consulta respondida por Guilherme Marquez, zootecnista e especialista em genética de gado de leite, no quadro “Giro do Boi Responde”.

Marquez recomenda o uso de touros Gir Leiteiro com DEP (Diferença Esperada na Progênie) para facilidade de parto em vacas Jersey, mas enfatiza que o sucesso dessa prática depende de vários fatores.

Ele explica que, além da escolha do touro, é fundamental considerar o tamanho do bezerro, o tamanho da vaca, o escore corporal da vaca, a alimentação e o manejo correto durante o período pré-parto.

Aspectos genéticos e manejo adequado

Guilherme Marquez destaca que os bezerros puros da raça Gir Leiteiro geralmente nascem com peso entre 23 a 25 kg, enquanto os bezerros Jersey pesam de 25 a 30 kg ao nascer. Ambas as raças têm porte pequeno, mas o cruzamento pode resultar em heterose, onde os animais são ligeiramente maiores do que seus progenitores puros, o que pode aumentar o risco de complicações no parto.

Marquez sugere que, quando os pecuaristas buscam aumentar a rusticidade dos animais Jersey, eles podem optar por cruzamentos com Sindi de aptidão leiteira, além do Gir Leiteiro.

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Esses cruzamentos, como o “Sinjer” (Sindi com Jersey) e o Jersolando (Gir Leiteiro com Jersey), têm sido bem-sucedidos, inclusive em países como o Equador, onde a maior fazenda de leite usa exclusivamente cruzamentos de Jersey com Gir sem registrar problemas significativos.

Cuidados no período de transição

Para evitar complicações no parto, Marquez recomenda um manejo cuidadoso no período de transição, com foco em uma dieta adequada e manejo pré-parto eficiente.

É importante que as novilhas estejam em boas condições de saúde, com tamanho e peso adequados para a reprodução. Ele ressalta que as novilhas devem ter pelo menos 55% do peso de uma vaca adulta da fazenda antes do primeiro parto.

Em resumo, enquanto o cruzamento de Jersey com Gir Leiteiro pode apresentar desafios, uma gestão cuidadosa e escolhas estratégicas podem mitigar riscos e melhorar os resultados. Com a abordagem certa, é possível combinar a rusticidade e produtividade de ambas as raças, contribuindo para um rebanho mais robusto e eficiente.

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