TECNOLOGIA

Irrigação na pecuária pode fazer pecuarista “colher” até 100 arrobas por hectare por ano

Sistema irrigado aumenta produtividade e garante pastagem de qualidade mesmo na seca, afirma especialista com mais de 20 anos de experiência no setor. Assista ao vídeo

Irrigação na pecuária pode fazer pecuarista “colher” até 100 arrobas por hectare por ano
Irrigação na pecuária pode fazer pecuarista “colher” até 100 arrobas por hectare por ano

A irrigação na pecuária pode ser a chave para colher até 100 arrobas por hectare ao ano, transformando radicalmente a rentabilidade da atividade. Assista ao vídeo abaixo e confira em detalhes esta história.

A afirmação é do engenheiro agrônomo Leandro Fellet, mestre em irrigação e doutor em fitotecnia pela Esalq-USP, que participou ao vivo do Giro do Boi nesta segunda-feira, 12 de maio.

Com mais de 20 anos de experiência no setor, Fellet é CEO da Agromakers e um dos principais nomes da irrigação no Brasil.

No programa especial de 11 anos do Giro do Boi, Fellet apresentou os números e benefícios que comprovam como irrigar pastagens pode ser a alternativa mais eficiente para enfrentar a seca e garantir alta performance durante todo o ano.

Segundo ele, o sistema é capaz de multiplicar por até 10 vezes a produtividade média nacional, que gira entre 6 e 10 arrobas por hectare/ano.

De 6 para 100 arrobas por hectare: uma revolução na pecuária

Detalhe da instalação de um pivô central em área de produção irrigada na agropecuária. Foto: Divulgação

“O sistema de irrigação bem planejado e bem manejado permite chegar a até 100 arrobas por hectare ao ano, especialmente nas regiões de cerrado”, explicou Fellet.

Isso é possível com técnicas como o pivô central, que permite irrigar grandes áreas com eficiência, e o uso de fertirrigação, que distribui adubos via água, aumentando a absorção pelas plantas e otimizando recursos.

A irrigação se mostra viável tanto na produção de carne quanto de leite, sendo uma tecnologia de alta performance para todas as fases da pecuária — cria, recria e terminação — além de permitir a combinação com sistemas como a TIP (Terminação Intensiva a Pasto), elevando os ganhos sem a necessidade de confinamento.

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Investimento e retorno: o que considerar ao planejar o sistema

Detalhe da instalação de um pivô central em área de produção irrigada na agropecuária. Foto: Divulgação

O custo médio da irrigação de pastagem no Brasil varia entre R$ 15 mil a R$ 25 mil por hectare, dependendo da estrutura da fazenda, da topografia, da disponibilidade de água e da energia elétrica.

“Hoje conseguimos irrigar por até R$ 3 o milímetro, o que representa um custo de apenas 4 arrobas por hectare ao ano”, afirmou o especialista.

Ou seja, o investimento pode ser rapidamente compensado, considerando que é possível colher até 100 arrobas com um custo equivalente a apenas 4 arrobas irrigadas.

“É um custo baixo frente ao potencial de produção. O retorno é rápido e seguro, principalmente se o sistema for bem dimensionado e bem operado”, destaca.

Tecnologia simples, mas planejamento é essencial

Detalhe da instalação de um pivô central em área de produção irrigada na agropecuária. Foto: Divulgação

Mesmo com toda a tecnologia disponível, Leandro Fellet ressalta que o sucesso está no planejamento agronômico.

Antes de instalar o sistema, é fundamental conhecer a disponibilidade hídrica, a pluviometria histórica da região, a capacidade de outorga, a qualidade do solo e a estrutura da propriedade.

“É preciso transformar o pecuarista em agricultor de pasto. Com solo corrigido, adubação adequada e manejo técnico, o sistema irrigado vira uma lavoura de boi, com alto retorno por área”, afirmou.

Outro ponto de destaque é a simplicidade operacional: o mesmo peão que já cuida do manejo rotacionado pode operar o sistema irrigado com facilidade.

Brasil tem tudo para liderar a irrigação sustentável

Detalhe da instalação de um pivô central em área de produção irrigada na agropecuária. Foto: Divulgação

O Brasil possui 12% da água doce do mundo e utiliza apenas 5% do volume outorgável. Segundo Fellet, o país tem potencial para irrigar 55 milhões de hectares, mas atualmente irrigamos apenas 8 milhões.

“Temos equipamento, tecnologia e água. O que falta é planejamento e decisão estratégica do produtor”, concluiu.

Além da entrevista, Fellet participa nesta semana da gravação de um videocast do Giro do Boi sobre irrigação na pecuária, que será publicado pelo Giro do Boi e detalha ainda mais os custos, vantagens e estratégias para adotar essa tecnologia no campo.

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