Inseminação e repasse no mesmo dia? Especialista explica se prática é indicada

A prática de realizar inseminação e repasse no mesmo dia ainda gera dúvidas entre muitos pecuaristas. No quadro “Giro do Boi Responde”, desta segunda-feira (7), o zootecnista Ricardo Abreu, gerente de fomento da ABCZ, esclareceu por que essa técnica não é recomendada para quem busca precisão no melhoramento genético do rebanho. Assista ao vídeo abaixo e confira.

A dúvida veio da produtora Paola Zanotta, da Fazenda Nascentes do Pinga, em Piracicaba (SP). Ela questionou se existe algum problema técnico em colocar o touro para repasse no mesmo dia da inseminação artificial.

“Existe uma razão técnica importante para não adotar essa prática”, explicou Ricardo Abreu. “Ao colocar o touro no mesmo dia ou logo após a inseminação, fica impossível saber quem é o pai do bezerro: se é fruto da inseminação artificial ou da monta natural.”

A recomendação padrão, segundo o especialista, é aguardar de 30 a 40 dias após a inseminação artificial (IA) para, então, colocar o touro em repasse.

Dessa forma, é possível assegurar que as fêmeas que emprenharem nesse intervalo são resultado da IA, e as demais serão cobertas naturalmente.

Rastreabilidade genética

Manter o controle sobre a origem genética dos bezerros é essencial, principalmente em programas de melhoramento genético, como o PMGZ da própria ABCZ.

Se o repasse ocorrer logo após a inseminação, perde-se a rastreabilidade, o que pode comprometer os avanços genéticos do rebanho.