CRIA

Habilidade materna: vale a pena manter a vaca que rejeita o bezerro?

Entenda se a vaca primípara que rejeita o bezerro merece uma segunda chance e como a genética e o manejo nutricional impactam esse comportamento. Assista ao vídeo

Habilidade materna: vale a pena manter a vaca que rejeita o bezerro?
Habilidade materna: vale a pena manter a vaca que rejeita o bezerro?

Pecuaristas, a categoria de primíparas (fêmeas que dão cria pela primeira vez) exige atenção especial, pois são o futuro do seu rebanho. Quando uma delas demonstra baixa habilidade materna, o produtor Olívio Santos, do Pará, questiona se vale a pena mantê-la. Assista ao vídeo abaixo e confira.

O zootecnista Ricardo Abreu, gerente de fomento dos Programas de Melhoramento Genético da ABCZ, respondeu à dúvida no quadro “Giro do Boi Responde” desta terça-feira, 5 de julho.

Ricardo Abreu destaca que a primípara é uma categoria de grande patrimônio, pois está com uma cria ao pé, em crescimento corporal e, muitas vezes, já prenhe novamente. Por isso, a atenção ao manejo nutricional e à condição ambiental é crucial para o sucesso da cria.

Avaliando a qualidade das matrizes: a importância dos números

Vaca amamentando seu bezerro recém-nascido. Foto: Carlos Maurício Andrade/Embrapa Acre
Vaca amamentando seu bezerro recém-nascido. Foto: Carlos Maurício Andrade/Embrapa Acre

Para decidir se uma primípara com baixa habilidade materna merece uma segunda chance, é fundamental acompanhar seu desempenho com dados. Ricardo Abreu sugere alguns métodos para avaliar a qualidade das matrizes:

  • Pesagem aos 120 dias: Uma pesagem do bezerro aos 4 meses de idade serve como uma boa referência, pois nessa fase ele depende quase totalmente do leite materno para se desenvolver.
  • Pesagem à desmama: O peso do bezerro à desmama (ajustado aos 210 dias) é um indicador claro da qualidade do cuidado materno. Animais mais pesados, em um mesmo lote, tiveram, em geral, mães que os cuidaram melhor.

No caso de primíparas que rejeitam o bezerro ou não o amamentam bem, o bezerro tende a ter um peso inferior e pode comprometer o resultado.

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A chance da secundípara: nutrição e ambiente

Vacas e novilhas com bezerro ao pé em fazenda de cria. Foto: Reprodução
Vacas e novilhas com bezerro ao pé em fazenda de cria. Foto: Reprodução

A chance de uma primípara com baixa habilidade materna melhorar na segunda cria (como secundípara) existe, mas depende de outros fatores. A fêmea bovina de corte se desenvolve até os 4 ou 5 anos de idade, e a secundípara ainda está em crescimento corporal. Por isso, um manejo adequado é crucial.

A nutrição e o ambiente são determinantes. Se a fêmea receber uma nutrição estratégica e tiver um ambiente adequado, ela terá mais condições de produzir mais leite e desenvolver uma melhor índole materna.

O problema de rejeição pode estar mais ligado a fatores nutricionais e ambientais do que a uma característica intrínseca da matriz.

Ferramentas de apoio e conclusão

Para ajudar na tomada de decisão, Ricardo Abreu reforça que a ABCZ disponibiliza relatórios de consulta pública sobre a habilidade materna das matrizes em seu aplicativo ABCZ Mobile e no site da associação. Consultar esses dados pode dar mais segurança ao pecuarista.

Em resumo, o especialista recomenda ter uma atenção especial à nutrição de primíparas e secundíparas, pois isso resultará em maior rentabilidade para o rebanho.

As vacas que não cuidam bem dos seus bezerros podem ser um prejuízo para a fazenda. No entanto, é importante analisar o contexto e os fatores que podem ter influenciado esse comportamento antes de decidir pelo descarte.

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