DINAPEC 2025

Forrageira BRS Guatã é antinematóide, recupera pasto e resiste bem à seca

Frederico Pina da Matta, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, detalhou os benefícios do BRS Guatã durante a Dinapec 2025. Assista ao vídeo

Forrageira BRS Guatã é antinematóide, recupera pasto e resiste bem à seca
Forrageira BRS Guatã é antinematóide, recupera pasto e resiste bem à seca

A forrageira BRS Guatã da Embrapa é uma solução versátil para a pecuária, atuando como antinematóide eficaz no solo, recuperando pastagens degradadas e fornecendo alimento proteico resistente à seca para o gado. Assista ao vídeo e confira.

Pecuaristas, o agronegócio nacional sofre prejuízos anuais que podem ultrapassar a marca de 35 bilhões de reais devido a nematoides, parasitas que afetam diversas culturas e pastagens.

A boa notícia é que a Embrapa Pecuária Sudeste desenvolveu uma solução promissora: a cultivar BRS Guatã, uma nova variedade de feijão-guandu (Cajanus cajan) com múltiplas funcionalidades.

Nesta quarta-feira, 23 de julho, Frederico Pina da Matta, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, detalhou os benefícios do BRS Guatã durante a Dinapec 2025, em Campo Grande (MS).

Ele explicou como essa leguminosa rica em proteína não só auxilia na alimentação do gado, mas também combate nematoides e recupera áreas de pasto.

BRS Guatã: o poder antinematoide

Enraizamento do Feijão-guandu - BRS Guatã - Foto: Juliana Sussai/Embrapa Pecuária Sudeste
Enraizamento do Feijão-guandu – BRS Guatã – Foto: Juliana Sussai/Embrapa Pecuária Sudeste

A BRS Guatã é uma cultivar especial com duplo propósito. Além de sua função forrageira e de recuperação de pastagens, ela se destaca por sua capacidade de reduzir a população de quatro nematoides específicos: Pratylenchus brachyurus, Pratylenchus zeae, Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita.

Esses nematoides, quando presentes, se alojam no sistema radicular das plantas, causando deformações que impedem a absorção de nutrientes e água, levando à perda de produtividade e até mesmo à perda total da lavoura.

A BRS Guatã atua como uma ferramenta de manejo integrado de doenças. Quando plantada solteira no solo, ela não serve como alimento para esses nematoides, que, por inanição, acabam morrendo ou têm sua reprodução drasticamente reduzida.

Isso faz com que a população diminua significativamente, preparando o solo para futuras culturas menos suscetíveis e reduzindo prejuízos econômicos.

Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!

Recuperação de pastagens e alimentação na seca

Feijão-guandu - BRS Guatã - Foto: Juliana Sussai/Embrapa Pecuária Sudeste
Feijão-guandu – BRS Guatã – Foto: Juliana Sussai/Embrapa Pecuária Sudeste

Além do controle de nematoides, a forrageira BRS Guatã oferece importantes benefícios para a pecuária:

  • Recuperação de pastagens degradadas: Auxilia na revitalização de áreas comprometidas.
  • Alimento proteico na seca: Por ser rica em proteína (13% a 18% na fase reprodutiva e 18% a 20% em período vegetativo) e tolerante à seca, o guandu se torna uma alternativa estratégica para a alimentação do gado no período de estiagem, quando a qualidade do capim diminui.
  • Biodescompactação e aporte de biomassa: Suas raízes contribuem para a descompactação do solo, e a matéria seca (até 15 toneladas por hectare) e o nitrogênio (até 380 kg/ha) enriquecem o sistema.

Estudos mostram que a consorciação de capins tropicais com guandu aumenta o ganho de peso dos animais, reduz o tempo de abate e eleva o ganho de peso por hectare.

Novilhas Nelore em pastejo de braquiária consorciada com guandu apresentaram melhor desempenho e maior lotação, sem a necessidade de suplementação proteica mineral, que é comum durante a seca.

Manejo e versatilidade

A implantação da BRS Guatã é um pacote tecnológico. Ao utilizá-la como forrageira, ela pode ser plantada consorciada com a gramínea. Se o objetivo principal é o controle de nematoides, é recomendado o plantio solteiro.

O guandu não é muito preferido pelos animais em seu período juvenil (época das águas), mas sua palatabilidade aumenta na fase reprodutiva (meio da seca), quando o capim já está seco. Isso garante que os animais consumam o guandu justamente quando mais precisam de proteína.

A BRS Guatã oferece versatilidade no manejo: pode ser usada para pastejo direto ou cortada e fornecida no cocho, substituindo parte do proteinado. Essa leguminosa, além de seus benefícios diretos na pecuária, contribui para sistemas mais sustentáveis, alinhados com as metas de baixo carbono.

News Giro do Boi no Zap!

Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.