A pecuária paraense, especialmente na região de Altamira, vem se destacando por sistemas produtivos cada vez mais tecnificados. Um bom exemplo disso é o trabalho de João Bento Ferreira, pecuarista que insemina 100% de suas matrizes Nelore com touros Angus e colhe ótimos frutos com a venda de bezerros valorizados pelos invernistas locais. Mas ele agora quer ir além: será que vale a pena apostar no cruzamento com touros Charolês ou Simental? Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações completas.
Quem responde é o zootecnista Alexandre Zadra, referência nacional em cruzamento industrial, autor do blog Crossbreeding e um dos principais especialistas do quadro Giro do Boi Responde. A dúvida foi tema do episódio exibido nesta terça-feira, 1º de abril.
Angus: mercado consolidado e bezerros sempre procurados
Zadra explica que o F1 Angus tem uma forte demanda na região Norte, especialmente para venda de bezerros machos destinados à exportação via navios, com destino ao Oriente Médio.
Além disso, as fêmeas meio-sangue Angus também são valorizadas, seja para dar uma cria, seja para o abate precoce com carne de alta qualidade.
“A carne da fêmea F1 Angus é macia e valorizada por frigoríficos que trabalham com marcas premium. Isso mantém o mercado ativo e com preços atrativos”, afirma o especialista.
Simental e Charolês: mais peso, mais musculatura
Apesar do bom desempenho do Angus, Charolês e Simental também são excelentes alternativas, especialmente se o foco do produtor for peso à desmama e rendimento de carcaça.
- O Charolês é conhecido como o maior ganhador de peso do mundo. Produz animais baios com excelente performance de crescimento.
- O Simental americano (Black Simental) é mocho, preto e entrega bezerros maiores e mais musculosos que o F1 Angus. E o melhor: 100% nascem pretos, podendo atender ao mesmo mercado comprador do F1 Angus.
“Se a ideia é produzir um bezerro pesado, que impressiona na desmama, o Black Simental pode ser uma ótima escolha”, orienta Zadra.
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Mas e o mercado? Vai aceitar?
Zadra destaca que a aceitação do mercado depende da região. Em Altamira, o Angus já tem reputação consolidada e liquidez garantida.
Mas o Charolês e o Simental também podem ser valorizados, desde que atendam às exigências do comprador local e que o pecuarista esteja atento ao tipo de animal que o mercado quer.
“A diferença entre indivíduos pode ser maior que entre raças. Existem touros Angus grandes e pequenos, assim como touros Simental mais adaptados ao cruzamento industrial”, ressalta o especialista.
Conclusão: diversificar com estratégia
Para João Bento e outros produtores do Pará, a resposta é clara: sim, dá para explorar o F1 Charolês ou Simental com excelentes resultados, desde que se mantenha o foco na qualidade genética e se entenda o perfil do mercado local.
Zadra finaliza com um recado direto:
“Se você quer fazer bezerros pesados e manter a liquidez, o Black Simental pode surpreender. Mas nunca se esqueça: conhecer o mercado é tão importante quanto escolher a raça certa.”
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