PECUÁRIA SUSTENTÁVEL

Estudo com mais de 100 fazendas revela que 70% têm modelo de baixo impacto ambiental

Pesquisa comprova que pecuária sustentável já é realidade na maioria das fazendas brasileiras

Sete de dez fazendas de gado no Brasil têm modelo de baixo impacto ambiental, revela estudo inédito
Sete de dez fazendas de gado no Brasil têm modelo de baixo impacto ambiental, revela estudo inédito

Um estudo inédito revelou que 70% das fazendas de gado operam com baixa emissão de gases de efeito estufa e muitas delas já sequestram mais carbono do que emitem. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes desta pesquisa.

O levantamento, conduzido pelas consultorias Fauna Projetos e Instituto Inttegra, foi publicado em uma das principais revistas do agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e reforça a sustentabilidade da pecuária nacional.  

A pesquisa, que analisou 103 fazendas de 12 Estados diferentes, faz parte de um esforço maior para mapear a realidade do setor e ampliar a base de dados sobre a emissão de gases na pecuária tropical.

“Se não medirmos o que fazemos, outros farão isso por nós e podem apresentar dados que não condizem com a realidade da nossa produção”, alerta Eduardo Assad, doutor em Engenharia Agrícola e um dos autores do estudo.  

O impacto da intensificação na redução de emissões

O levantamento mostrou que quanto mais intensivo o sistema produtivo, menor o impacto ambiental. Fábio Dias, diretor de Pecuária e Agricultura Regenerativa da JBS-Friboi, explicou que os melhores resultados foram encontrados em fazendas que adotam manejo de pastagem eficiente, suplementação nutricional e idade reduzida de abate.

A média de abate no Brasil ainda está em 36 meses, mas muitas fazendas já conseguem reduzir esse tempo para 30 ou até 24 meses, o que diminui significativamente as emissões de metano.

Ele também ressalta que a integração lavoura-pecuária-floresta tem sido um diferencial para a retenção de carbono no solo e a melhoria do ambiente produtivo.  

O papel das reservas legais e recuperação de pastagens degradadas

Outro fator essencial para a sustentabilidade do setor é a preservação ambiental. O estudo mostrou que áreas de reserva legal bem manejadas contribuem diretamente para a captura de carbono e para a manutenção do equilíbrio climático.

Além disso, a recuperação de pastagens degradadas tem um impacto direto na redução de emissões. Pastos degradados liberam mais carbono na atmosfera, enquanto áreas bem manejadas absorvem e fixam esse carbono no solo.

Assad reforça que investir na renovação das pastagens não só melhora a eficiência produtiva, como também transforma a fazenda em uma aliada no combate às mudanças climáticas.  

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Expansão do estudo pode colocar Brasil na liderança da pecuária sustentável

O próximo passo do projeto é expandir a pesquisa para 300 fazendas até o meio do ano, com a meta de alcançar 3.000 propriedades no futuro. Isso criaria a maior base de dados sobre emissões na pecuária do mundo, consolidando o Brasil como referência em pecuária sustentável.  

“Esse é um modelo pioneiro, feito com dados de diferentes biomas e com metodologia adaptada à nossa realidade tropical”, conclui Assad.  

A pesquisa também reforça que as fazendas que menos emitem metano são aquelas com ganho médio diário (GMD) acima de 620 g, enquanto as que mais emitem são aquelas onde o GMD fica em torno de 250 g.

Isso comprova que eficiência produtiva e sustentabilidade caminham juntas e que o caminho para um futuro mais verde na pecuária passa pelo investimento em manejo adequado e boas práticas.

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