A Embrapa Pecuária Sudeste (SP) apresentou um protocolo inédito que promete revolucionar o manejo de pastagens no Brasil. A nova metodologia possibilita estimar a produtividade do capim e as taxas de lotação animal, apoiando pecuaristas na intensificação sustentável da produção. Assista ao vídeo abaixo e entenda esta nova tecnologia.
A pesquisadora Patrícia Menezes Santos, especialista em ciência animal e pastagens, explicou os detalhes do método durante uma entrevista exclusiva no Giro do Boi desta quinta-feira, 9 de janeiro.
Uma ferramenta para reduzir lacunas de produtividade
O protocolo foi desenvolvido com base na análise de “yield gap” (lacunas de produtividade), que mede a diferença entre a produtividade atual e o potencial máximo das pastagens.
Segundo Patrícia Santos, o método considera variáveis como clima, solo e manejo, permitindo simular a capacidade de suporte das pastagens em cenários diversos, como com ou sem irrigação e diferentes níveis de adubação.
“Ele avalia dois indicadores essenciais: a taxa de lotação máxima, que reflete o limite absoluto de ocupação sem déficit de forragem, e a taxa de lotação crítica, que considera as variações sazonais e é mais realista para a capacidade de suporte do pasto”, detalha Patrícia.
Impactos práticos para o produtor rural
O protocolo foi aplicado em estudos no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, abrangendo biomas como Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia.
Os resultados apontaram lacunas significativas na produtividade das pastagens devido a fatores como baixa retenção de água no solo e má distribuição das chuvas. Em áreas de risco climático elevado, o manejo inadequado pode limitar a produção, resultando em prejuízos econômicos.
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Além disso, o método auxilia na identificação de tecnologias, como a integração lavoura-pecuária e suplementação alimentar, que podem mitigar os períodos de escassez de forragem.
“Com esse protocolo, conseguimos apontar onde investimentos em recuperação de pastagens degradadas ou intensificação da produção seriam mais eficientes”, afirma a pesquisadora.
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Planejamento e políticas públicas
A ferramenta também pode orientar políticas públicas e financiamentos, considerando fatores de risco climático e capacidade de suporte das pastagens.
Patrícia destaca ainda o uso do protocolo no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que auxilia na oferta de crédito e seguro rural, promovendo a segurança alimentar e financeira dos produtores.
“É um avanço importante para o setor, pois combina ciência e prática, permitindo um planejamento mais eficaz e sustentável da pecuária a pasto”, conclui Patrícia Santos.
Tecnologia disponível no Aplicativo Plantio Certo
O aplicativo, disponível de forma gratuita para sistemas operacionais Android (Google) e iOS (Apple), auxilia produtores e agentes da cadeia do agronegócio, por meio da disponibilização das informações oficiais do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), numa interface de fácil compreensão.
A consulta ao Zarc – Plantio Certo permite que o usuário receba a indicação das diferentes taxas de riscos (20%, 30% e 40%) de perdas por eventos meteorológicos adversos, atrelados às suas respectivas épocas de plantio, abrangendo 43 culturas e todos os municípios do território nacional.
Para instalar o aplicativo em seu celular, acesse a loja de aplicativos da Embrapa na Google Play e Apple Store (aplicativo gratuito).
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