A dermatofitose em bovinos, uma doença fúngica altamente contagiosa, pode ser um grande problema na cria. Saiba como identificar, tratar e prevenir essa enfermidade que afeta a saúde do seu gado. Quer saber como acabar com este problema? Então assista ao vídeo abaixo.
Pecuaristas, a sanidade dos bovinos é fundamental para a produtividade da cria. Um problema comum e que exige atenção é a dermatofitose, uma doença de pele de origem fúngica que pode se alastrar rapidamente pelo rebanho.
Médicos-veterinários e produtores de todas as regiões do país frequentemente questionam como resolver esse problema.
Nesta quinta-feira, 24 de julho, o médico-veterinário e consultor Guilherme Vieira trouxe a resposta para essa dúvida no quadro “Giro do Boi Responde” do programa Giro do Boi.
Ele explicou a origem, transmissão, sinais clínicos, diagnóstico e, principalmente, as formas de tratamento e prevenção.
Entendendo a dermatofitose em bovinos
A dermatofitose, também conhecida como dermatomicose, é uma doença de pele altamente contagiosa causada por fungos dermatófitos.
Os principais responsáveis são os gêneros Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Ela atinge bovinos (tanto de corte quanto de leite), equinos e pode afetar todos os animais.
A contaminação ocorre principalmente pelo contato direto entre os animais, o que é comum em confinamentos ou entre bezerros que ficam juntos com as mães ou outros bezerros.
Além disso, o ambiente também é uma fonte de contaminação: bebedouros, comedouros, estábulos e currais podem estar contaminados, especialmente em locais fechados.
A epidemiologia da doença mostra que, embora apenas 25% a 30% do rebanho apresente lesões visíveis, muitos animais são portadores assintomáticos dos fungos, ou seja, eles carregam a doença sem manifestar os sinais clínicos, mas podem transmiti-la.
Sinais clínicos, diagnóstico e fatores de risco
As lesões da dermatofitose são bastante características:
- Manchas circulares: Alopecia (queda de pelo) em formato circular, muitas vezes enegrecidas.
- Outras características: Podem apresentar pápulas, crostas e caspas.
- Localização: Geralmente na tábua do pescoço, cabeça, paredes laterais do tórax, podendo evoluir para a parte posterior do corpo, cobrindo toda a pele do animal, dependendo da intensidade da infecção e da carga fúngica.
O diagnóstico preciso é feito por um médico-veterinário através de exames microscópicos de pelos e raspados cutâneos das lesões. Esses exames permitem um diagnóstico diferencial com outras doenças de pele, como a dermatofilose.
Um fator importante que contribui para o surgimento da dermatofitose é a imunossupressão dos animais.
Bezerros, animais em crescimento ou em período pós-desmama são mais suscetíveis por terem a imunidade mais baixa, o que os torna alvos fáceis para esses fungos.
Tratamentos e prevenção para proteger a cria
O tratamento da dermatofitose pode ser tópico ou sistêmico. Guilherme Vieira sugere algumas opções de tratamentos tópicos:
- Iodo 10% ou iodo povidona: Aplicado diretamente nas lesões.
- Solução de água sanitária: Quatro colheres de sopa para 1 litro de água. Usar essa solução para lavar as áreas atingidas.
- Solução de sulfato de cobre: 150 gramas para 5 litros de água.
Além do tratamento, a prevenção é fundamental para controlar a doença na cria:
- Higiene do ambiente: Limpeza e desinfecção de bebedouros, comedouros, estábulos e currais.
- Isolamento de animais doentes: Separar os animais que apresentam lesões para evitar a transmissão.
- Manejo que minimize estresse: Condições que mantêm a imunidade dos bezerros elevada, especialmente em fases críticas como o pós-desmama.
A atenção a esses detalhes e a ação rápida no diagnóstico e tratamento são cruciais para acabar com o problema da dermatofitose e garantir a saúde e produtividade dos seus bezerros.
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