O cruzamento industrial tem desempenhado um papel crucial na melhoria da qualidade da carne brasileira, trazendo maior ganho de peso, resistência a parasitas, melhor adaptação ao clima tropical e acabamento precoce de carcaça. Assista ao vídeo abaixo e confira.
No entanto, muitos pecuaristas ainda enfrentam desafios para explorar todo o potencial da heterose e do vigor híbrido.
Durante o Feedlot Summit Brazil, realizado em Goiânia pela Coan Consultoria, o médico-veterinário Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais da Alta, explicou como o cruzamento industrial pode impactar diretamente a margem de lucro dos produtores, desde a escolha genética até a fase de terminação.
Nem todo cruzado é um cruzamento industrial
Um dos principais equívocos dos pecuaristas é a confusão entre animal cruzado e animal de cruzamento industrial. Segundo Sá Filho, essa distinção faz toda a diferença nos resultados produtivos.
“O cruzamento industrial no Brasil existe desde os anos 1950, mas ainda há incertezas sobre o que realmente define essa técnica. O que vemos é que, ao utilizar matrizes Nelore melhoradas e genética superior nos reprodutores, os resultados são potencializados, maximizando a heterose”, explica.
O especialista destaca que a escolha da genética utilizada no cruzamento industrial é determinante para o desempenho do rebanho.
Estudos indicam que touros com altas DEPs para ganho de peso, eficiência alimentar e qualidade de carcaça transmitem essas características para a progênie de maneira expressiva, garantindo um maior retorno financeiro para o pecuarista.
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Dicas para um cruzamento industrial eficiente
Sá Filho listou os principais pontos estratégicos para uma produção eficiente e lucrativa no cruzamento industrial:
✅ Planejamento reprodutivo: O gado cruzado Angus, por exemplo, antecipa os partos em média 10 dias em comparação com outros grupos genéticos. Essa antecipação permite um melhor ajuste na estação de monta, otimizando a produção.
✅ Proporção ideal de cruzamento na fazenda: Para manter a reposição adequada do rebanho, o ideal é calcular a taxa de prenhez. Se a taxa for superior a 80%, o uso do cruzamento pode ser ampliado para mais de 30% do rebanho. Já em fazendas com taxas de prenhez abaixo de 70%, pode ser necessário comprar reposição de fora para manter a eficiência.
✅ Maximização do desempenho na terminação: Para explorar ao máximo o potencial genético do cruzamento, é essencial oferecer um manejo nutricional adequado e garantir altos ganhos de peso durante o confinamento.
✅ Bonificação na venda de fêmeas F1: As fêmeas oriundas do cruzamento Angus x Nelore, por exemplo, são altamente valorizadas no mercado. Ajustar estratégias de venda e buscar bonificações diferenciadas pode impactar positivamente os resultados financeiros.
O futuro do cruzamento industrial no Brasil
O cruzamento industrial se consolida como uma das principais estratégias para o avanço da pecuária nacional, permitindo ao Brasil continuar ampliando sua competitividade no mercado global de carne bovina.
Com um planejamento genético bem estruturado, o pecuarista pode aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar a qualidade da carne, garantindo um sistema mais sustentável e lucrativo.
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