
A busca pela produção de carne de qualidade leva muitos pecuaristas brasileiros a investir em cruzamentos estratégicos, especialmente visando atender às exigências de protocolos como o “1953”, desenvolvido pela JBS. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações na íntegra.
Uma dúvida frequente é se determinados cruzamentos se enquadram nas normas desse sistema de bonificação, e esse foi justamente o questionamento de Pedro Queiroz, da Cabanha Mantiqueira, localizada no interior de Minas Gerais.
No quadro “Giro do Boi Responde”, desta quarta-feira (12), o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos, esclareceu especificamente se animais provenientes do cruzamento entre matrizes Brahman e touros Canchim são aceitos no Protocolo 1953.
Entenda os critérios genéticos do protocolo 1953
Zadra explicou que o protocolo estabelece que, para serem classificados e bonificados, os animais precisam possuir no mínimo 50% de sangue taurino (europeu).
“O animal aceito pelo protocolo 1953 é aquele resultante de matriz zebuína cruzada com um taurino puro ou taurino adaptado, como Bonsmara, Senepol ou Caracu, resultando num F1 com exatamente 50% de sangue europeu”, esclareceu o especialista.
No caso específico apontado por Pedro Queiroz, o cruzamento de vacas Brahman (zebuínas) com touros Canchim, que são animais 5/8 taurinos (ou seja, 62,5% sangue europeu), gera descendentes com apenas cerca de 31% de sangue europeu.
Isso ocorre porque os animais transmitem exatamente metade de sua composição genética para os descendentes.
“Animais resultantes desse cruzamento são os chamados ‘31’, termo que usamos para definir filhos de bovinos bimestiços (5/8 europeu) com zebuínos. E esses animais não atendem à exigência do protocolo 1953, pois não atingem o mínimo de 50% de sangue taurino exigido”, detalhou Zadra.
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Por que a porcentagem taurina é tão importante?
Zadra ainda destacou o motivo dessa exigência pelo protocolo. A presença de pelo menos metade de sangue europeu garante características que contribuem diretamente para uma carne de melhor qualidade, especialmente na maciez.
“Sabemos cientificamente que quanto mais taurino for o animal, maior será a maciez da carne, uma característica muito valorizada pelos mercados mais exigentes”, esclareceu.
Dessa forma, o cruzamento ideal para produtores que desejam se enquadrar no protocolo 1953 segue sendo o uso de matrizes zebuínas com touros europeus ou adaptados, como Angus, Bonsmara, Senepol ou Caracu, garantindo a proporção mínima necessária.
Com esses esclarecimentos, os pecuaristas podem planejar melhor seus cruzamentos e garantir uma produção alinhada às demandas do mercado premium.
O que é o Protocolo 1953?
O Protocolo 1953, que garante um dos maiores bônus aos pecuaristas do País. Lançado em 2018, o Protocolo 1953 privilegia os pecuaristas que trabalham para obter animais que garantem carne macia, saborosa e suculenta.
Entre as regras básicas para que um animal desta grife de carne seja certificado, está o grau de sangue (ter no mínimo 50% de sangue de raças taurinas).
Cruzamento industrial de valor agregado ao pecuarista
O programa abriu uma porta para valorizar não só animais cruzados com Angus, mas de demais raças com sangue taurino como Hereford, Charolês, Blonde D’Aquitaine e demais animais de raças sintéticas como o Canchim.
No entanto, para trilhar o caminho da produção de um bovino que gera uma carne de qualidade não depende somente da genética.
A alimentação do gado foi um ponto fundamental, pois o animal precisa ter um acabamento de gordura adequado.
Bovinos machos, só castrado mesmo
Além disso, os machos precisam ser castrados e terem até dois dentes incisivos para serem classificados no programa.
As novilhas precisam ter até quatro dentes. A maturidade e o acabamento também são fundamentais. Confira a entrevista na íntegra para saber os detalhes desse programa que está elevando os ganhos da arroba do boi pelo País.
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