
Criar uma cruza de 4 raças bovinas eficiente e adaptada ao calor de Cuiabá (MT) é possível? Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações completas para isso.
A prova disso vem do pecuarista Altamiro Batista, que enviou sua dúvida ao quadro Giro do Boi Responde: ele já obteve ótimos resultados cruzando Angus com Nelore, e depois Sindi sobre as F1, gerando tricross de excelente desempenho e pelo liso. Agora, quer inseminar essas fêmeas com uma quarta raça, mas sem perder a adaptabilidade e precocidade.
A resposta veio do zootecnista Alexandre Zadra, especialista em cruzamento industrial de bovinos e autor do blog Crossbreeding.
Segundo ele, Altamiro está no caminho certo ao pensar em manter a adaptabilidade. O Sindi, raça zebuína do Paquistão, é altamente precoce e quando usado sobre fêmeas meio-sangue Angus x Nelore, garante heterose máxima e ótima adaptação ao calor.
Evite raças europeias em regiões quentes

Zadra alerta que, apesar do bom desempenho de raças como Angus ou Hereford, elas não são recomendadas para cruzamento com tricross zebuínos em regiões de calor intenso.
Isso porque o resultado seria um animal com mais de 60% de sangue europeu, tendência a formar pelo grosso no inverno e maior sensibilidade térmica.
“Não é o ideal para Cuiabá, por exemplo, onde o calor é forte”, explicou o zootecnista.
Raças adaptadas são a melhor escolha para a quarta etapa

Para cruzar com essas novilhas tricross (Angus, Nelore e Sindi), Zadra recomenda raças taurinas adaptadas, que combinem pelo zero, rusticidade e bom desempenho a pasto. Ele indica três principais opções:
- Senepol: animais de menor porte, muito adaptados e de alta precocidade sexual;
- Bonsmara: opção ideal para quem busca maior porte, bom acabamento e pelo zero, com animais de cor pinhão ou vermelho-escuro;
- Caracu mocho: ótima opção nacional, com boa avaliação de carcaça, rusticidade e facilidade de manejo.
Essas raças são ideais para manter a performance do rebanho e ainda garantir heterose máxima, o que se traduz em ganho de peso, eficiência alimentar e produtividade.
Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!
Outras alternativas: bimestiços e cruzamentos rotacionais

Além das taurinas adaptadas, Zadra também citou opções bimestiças para cruzamento terminal ou rotacional.
Canchim e Santa Gertrudis são interessantes para produção de animais pesados e bem acabados. Já o uso de Brangus ou Braford pode ser avaliado em sistemas rotacionais, embora exijam mais atenção quanto à adaptabilidade, principalmente em ambientes tropicais extremos.
Pelo liso, heterose e produção eficiente

Independentemente da escolha, o mais importante para o sucesso da cruza de 4 raças bovinas é manter o foco no pelo liso, na rusticidade e no desempenho a campo.
“Cuidado com excesso de sangue europeu. Em regiões como Cuiabá, a chave está em usar raças adaptadas, que mantenham a produtividade e suportem o calor”, reforça Zadra.
A experiência de Altamiro mostra como estratégias bem pensadas de cruzamento industrial podem transformar o rebanho, unindo genética de ponta com resultados no pasto.
Tem dúvidas? Envie sua pergunta
Você também pode obter resposta à sua pergunta sobre qualquer dúvida que tiver na fazenda.
Envie para o quadro Giro do Boi Responde no link do WhatsApp do Giro do Boi, pelo número (11) 93310-7346 ou ainda pelo e-mail [email protected].
News Giro do Boi no Zap!
Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.