O campo experimental da Embrapa Pantanal, localizado na Fazenda Nhumirim, na região da Nhecolândia, é um centro de pesquisa que já tem mais de duas décadas de atuação. Esta unidade foi desenvolvida para estudos em manejo, melhoramento genético, sanidade e conservação do cavalo pantaneiro, uma raça fundamental para a lida no Pantanal. Assista ao vídeo abaixo e confira.
O cavalo pantaneiro é conhecido por sua resistência e adaptabilidade às condições extremas do Pantanal, seja na seca ou na cheia.
Seu valor é inestimável para a pecuária local, pois ele é capaz de pastar tanto no seco quanto no molhado, com cascos resistentes e uma habilidade excepcional para suportar longas jornadas.
O pesquisador José Aníbal Comastri Filho, da Embrapa Pantanal, explica que esses animais têm uma história secular de prestação de serviços na lida boiadeira e desempenham um papel crucial na fixação do homem ao campo.
Origem e evolução da raça
Introduzido inicialmente pelos espanhóis, como Alva Núñez Cabeza de Vaca no século 16, o cavalo pantaneiro foi posteriormente aprimorado por brasileiros que vieram de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
Ao longo dos anos, e com cruzamentos naturais e induzidos, esses cavalos se adaptaram perfeitamente à região pantaneira, com algumas contribuições também de cavalos nativos da Bolívia.
Características do cavalo pantaneiro
Luciano Leite, um pecuarista local, destaca as características que tornam o cavalo pantaneiro único.
“Esse cavalo foi naturalmente selecionado ao longo de 300 anos. É resistente ao calor extremo de 45°C e às cheias e secas extremas. Tanto na seca quanto na cheia, ele é robusto e adaptado para as condições desafiadoras do Pantanal. Esse cavalo é essencial para a lida do gado, proporcionando manejo eficaz em uma região variada.”
Luciano Leite
Luciano elogia ainda a rusticidade, a agilidade e a capacidade de pastar no molhado, tudo indispensável para o trabalho no campo.
Iniciativas de conservação e melhoramento
O núcleo de trabalho da Fazenda Nhumirim começou com 26 éguas pantaneiras e dois reprodutores, selecionados com ajuda de especialistas em Poconé, onde a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Pantaneiro já havia se estabelecido para preservar essa raça.
A partir deste núcleo, a Embrapa tem conduzido pesquisas voltadas para manter e aprimorar as qualidades do cavalo pantaneiro, sem perder sua funcionalidade, essencial para as atividades pecuárias no Pantanal.
Participação e reconhecimento em Exposições
Os exemplares da raça conseguiram vários prêmios em exposições, o que ajudou a promover a raça.
As exposições e leilões têm sido vitais para divulgar os benefícios do cavalo pantaneiro e incentivar sua criação, gerando um enorme valor agregado para os criadores da região.
Importância econômica e funcionalidade
José Aníbal enfatiza que, além da estética, a funcionalidade do cavalo pantaneiro não pode ser comprometida.
“Não adianta criar um cavalo bonito, mas que não tenha a funcionalidade necessária para a lida no campo.”
José Aníbal Comastri Filho
Ele ressalta que sem esse cavalo, a pecuária no Pantanal não teria o mesmo sucesso, especialmente em períodos de cheia, em que a robustez e adaptabilidade do animal são essenciais.
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