BEM-ESTAR ANIMAL

Carência de medicamentos no rebanho: veterinário faz alerta. Entenda

O médico-veterinário Carlos Oliveira abordou a importância das boas práticas de produção e da administração correta dos produtos veterinários. Assista ao vídeo

Carência de medicamentos no rebanho: veterinário faz alerta. Entenda
Carência de medicamentos no rebanho: veterinário faz alerta. Entenda

A carência de medicamentos no rebanho é um período crucial para a segurança do alimento. Um veterinário especialista da Friboi faz um alerta: respeitar o tempo de eliminação dos produtos é vital para a qualidade da carne e a manutenção dos mercados que compram a carne brasileira. Assista ao vídeo abaixo e entenda melhor este desafio.

Pecuaristas, a presença de resíduos de medicamentos veterinários na carne bovina é uma preocupação crescente para o setor.

Antiparasitários e antimicrobianos, em particular, possuem um período de carência que deve ser rigorosamente respeitado. Esse alerta está sendo reforçado pela indústria e pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

Nesta sexta-feira, 18 de julho, o programa Giro do Boi entrevistou o médico-veterinário Carlos Oliveira, especialista corporativo em Saúde e Bem-Estar Animal na Friboi.

Ele abordou a importância das boas práticas de produção e da administração correta dos produtos veterinários para garantir a qualidade e segurança do produto final.

Período de carência: fundamental para a qualidade e segurança

Peão durante manejo com o gado na área de tronco do curral. Foto: Reprodução
Peão durante manejo com o gado na área de tronco do curral. Foto: Reprodução

O período de carência é o tempo necessário para que um medicamento veterinário seja eliminado do organismo do animal após o tratamento. Respeitar esse período é crucial para:

  • Qualidade do produto: Evita que possíveis resíduos de medicamentos permaneçam no músculo do animal, garantindo uma carne segura para o consumo.
  • Saúde do consumidor: Protege a saúde pública, prevenindo a ingestão de resíduos.
  • Acesso a mercados: O cumprimento das normas sanitárias nacionais e internacionais é vital para manter o acesso a mercados consumidores.

As boas práticas de produção, que incluem a correta administração de produtos veterinários, são normas e procedimentos que devem ser seguidos à risca para assegurar a qualidade e sustentabilidade da cadeia produtiva.

Boas práticas na administração de medicamentos

Técnico veterinário no preparo para a vacinação do rebanho. Foto: Wenderson Araujo/CNA
Técnico veterinário no preparo para a vacinação do rebanho. Foto: Wenderson Araujo/CNA

Para administrar produtos veterinários de forma consciente e segura, adote as seguintes medidas:

  • Treinamento da equipe: Oriente seus funcionários sobre como interpretar as informações da bula, especialmente o período de carência. Explique a importância de usar a dose recomendada, cumprir o tratamento conforme prescrito pelo veterinário e evitar aplicações indiscriminadas.
  • Compra consciente: Adquira somente produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
  • Identificação e registro: Anote no frasco, de forma visível, o período de carência de cada medicamento. Identifique e registre claramente todos os animais tratados.
  • Carta de garantia do produtor: Preencha e assine esse documento com responsabilidade, declarando que as normas foram cumpridas.

Atenção no embarque e uso racional de antiparasitários

Bovinos meio-sangue Angus em área de curral. Foto: Divulgação/Friboi Itapetinga (BA)
Bovinos meio-sangue Angus em área de curral. Foto: Divulgação/Friboi Itapetinga (BA)

É fundamental conferir se o período de carência de cada animal foi cumprido antes do embarque para o abate. Animais só podem ser comercializados após o cumprimento total do período.

Evite embarcar animais adquiridos de terceiros recentemente antes que tenham permanecido em sua propriedade por, no mínimo, 4 meses.

O uso racional de antiparasitários tem três objetivos principais:

  • Promover a saúde dos animais e aumentar a rentabilidade.
  • Reduzir a contaminação do ambiente.
  • Evitar a presença de resíduos nos produtos destinados ao consumo humano.

Checklist para evitar a resistência parasitária

Foto: Canva

Para aumentar a eficácia dos produtos e evitar a resistência parasitária, siga alguns cuidados práticos:

  • Determinar corretamente o peso dos animais: Pesar os animais de forma precisa evita subdosagem ou superdosagem, otimizando o tratamento.
  • Realizar o tratamento estratégico: Adequar o esquema às condições climáticas. Tratamentos na seca, por exemplo, tendem a ser mais eficazes devido à menor reinfestação.
  • Tratar animais jovens: Os mais jovens sofrem mais com verminoses e respondem com ganhos de peso expressivos quando tratados estrategicamente.
  • Acompanhar a eficácia: Realizar exames de fezes para quantificar ovos de vermes e monitorar a eficiência dos vermífugos.
  • Manejar a lotação animal: Evitar a superpopulação nos piquetes para reduzir a taxa de contaminação por larvas.
  • Evitar o surgimento de resistência: Respeitar o intervalo correto de utilização e pesar os animais. A rotação e associação de princípios ativos devem ser feitas sob supervisão veterinária.
  • Cuidado com animais adquiridos: Realizar exame parasitológico em novas introduções no plantel para evitar a introdução de cepas resistentes.

Em unidades de confinamento e terminação a pasto, o respeito aos períodos de carência é de vital importância para a qualidade do produto final e para o cumprimento das normas sanitárias.

O comprometimento do produtor garante que a qualidade da carne esteja em suas mãos, de ponta a ponta. Clique aqui e entenda melhor as boas práticas com os bovinos de corte com um e-book exclusivo.

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