O pasto é o alimento mais barato e eficiente para a pecuária, mas para garantir produtividade máxima e arrobas extras, o pecuarista precisa adotar estratégias precisas de manejo e adubação. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista completa.
Com chuvas irregulares e desafios no campo, intensificar a produção por meio da integração com lavouras e a correção do solo pode ser o diferencial entre um sistema rentável e um pasto degradado.
Em entrevista ao Giro do Boi, o engenheiro agrônomo Marcius Gracco, da Intensifique Consultoria, explicou como um solo bem corrigido e um pasto manejado corretamente elevam a eficiência da pecuária e contribuem para a recuperação das áreas de produção.
A importância da correção do solo para um pasto produtivo
Um dos erros mais comuns dos pecuaristas é investir em fertilizantes sem antes corrigir a acidez do solo.
“Se o pH do solo estiver abaixo de 5, o fósforo e o nitrogênio não serão aproveitados pelas gramíneas, resultando em desperdício de dinheiro e baixa produtividade”, alerta Gracco.
A recomendação inicial para uma pastagem eficiente é a correção do solo com calcário e gesso, que ajustam a acidez e garantem um ambiente adequado para o crescimento das raízes.
Uma raiz profunda melhora a absorção de água e nutrientes, fator essencial para manter a produção forrageira mesmo nos períodos secos.
Outro ponto crucial é a integração lavoura-pecuária (ILP), que permite ao pecuarista melhorar a fertilidade do solo com a rotação de culturas.
Após o cultivo de grãos como soja e milho, o pasto recebe os benefícios da matéria orgânica e dos resíduos fertilizantes, resultando em gramíneas mais vigorosas e maior suporte de lotação.
Produção intensiva e ajuste de lotação
Com um solo bem corrigido e um sistema de ILP estruturado, a capacidade produtiva da fazenda pode aumentar significativamente. Em propriedades que adotaram essa estratégia, a taxa de lotação passou de 1,2 UA/ha para 3,5 UA/ha, demonstrando o impacto positivo da correção do solo e do manejo intensivo.
Além disso, um pasto de alta qualidade permite ganhos médios diários superiores, otimizando o ciclo de engorda e reduzindo o tempo de permanência dos animais no sistema. O engenheiro agrônomo reforça que o objetivo é garantir mais arrobas por hectare, e não apenas mais cabeças no pasto.
Outra recomendação é avaliar a possibilidade de arrendar áreas agrícolas para produtores de grãos. Dessa forma, o pecuarista pode aproveitar o investimento já realizado na correção do solo e, após a colheita, utilizar as áreas para pastagem de alta produtividade.
Alternativas para o período seco
Com a proximidade do outono e a redução das chuvas, o pecuarista precisa se preparar para a safra de seca. Uma das estratégias recomendadas por Gracco é o diferimento de pastagem, que consiste na vedação de áreas estratégicas ainda durante o período chuvoso para garantir forragem disponível nos meses mais secos.
Outra solução é a suplementação alimentar estratégica, seja com feno, silagem ou mesmo o envio dos animais para sistemas de boitel.
“Se a pastagem não for suficiente para manter a taxa de ganho ideal, o pecuarista pode optar pelo boitel para finalizar os animais sem prejuízo no ganho de peso”, explica o especialista.
A irrigação também surge como alternativa viável para manter a produção de capim, especialmente em regiões com alta incidência de seca. Segundo Gracco, sistemas de irrigação em áreas de pastagem vêm ganhando espaço e podem garantir lotações elevadas mesmo nos períodos críticos.
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Sinergia entre agricultura e pecuária
O futuro da pecuária passa pela integração com a agricultura. A adoção de práticas de correção do solo e rotação de culturas beneficia tanto o produtor de grãos quanto o pecuarista.
“A pecuária e a agricultura não são concorrentes, mas sim atividades complementares”, destaca Gracco.
A fixação biológica de nitrogênio promovida pela soja, por exemplo, melhora a fertilidade do solo, enquanto a braquiária recicla nutrientes e favorece a retenção de carbono no solo, tornando o ambiente produtivo mais sustentável e lucrativo.
A pecuária intensiva, combinada com o manejo adequado de pastagens, permite ganhos expressivos e maior segurança para o produtor. Com planejamento e investimento no solo, é possível transformar o pasto em um ativo de alto valor para a fazenda, garantindo produtividade o ano inteiro e mais arrobas no bolso do pecuarista.
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