A pecuária nacional ganha cada vez mais força com a diversidade de raças adaptadas ao seu vasto e variado território. Uma delas, que vem destacando-se especialmente, é a Bonsmara, uma raça taurina originária da África do Sul, criada com um rigoroso embasamento científico. Entenda a história detalhada da raça na entrevista abaixo.
Sua introdução ao Brasil, um País com desafios climáticos distintos dos seus de origem, desperta curiosidade quanto à sua adaptação e sucesso.
Para mergulhar nesse tema, o Giro do Boi desta quarta-feira, 3 de abril, conversou com Clélia Pacheco, uma destacada pecuarista e selecionadora da raça Bonsmara, e que comanda a Fazenda Santa Silvéria, situada em Piratininga, próximo a Bauru, no coração de São Paulo.
Bonsmara: origens científicas e a chegada ao Brasil
O Bonsmara foi idealizada pelo zootecnista Jan Bonsma, na década de 1930, como resposta ao desafio de desenvolver um gado que prosperasse sob o inóspito clima africano.
Resultado do cruzamento das raças Africâner, Hereford, e Shorthorn, esta raça reúne atributos como fertilidade, musculatura destacada, adaptação a diferentes ambientes, docilidade e, não menos importante, uma carne de excelente qualidade.
Seu desembarque em terras brasileiras ocorreu em 1997, e desde então, a primeira bezerrada já capturou a atenção de criadores pelo País. Clélia Pacheco, ao nos receber com uma vasta experiência no manejo da raça, revela como a Bonsmara vem conquistando seu espaço no Brasil.
Adaptação e desempenho no Brasil
Clélia nos conta que, apesar da Bonsmara ser adaptável, houve uma fase de readaptação ao novo ambiente brasileiro.
“Desde sua chegada, uma seleção rigorosa tem sido conduzida para garantir que a raça não só consiga manter suas qualidades originais, mas também evoluir.”
Clélia Pacheco
A criadora destaca como a seleção contínua, aliada à tecnologia e ao método científico, vem permitindo que a raça Bonsmara atenda cada vez mais às demandas específicas dos pecuaristas brasileiros.
Na Fazenda Santa Silvéria, essa evolução é muito tangível. Os cruzamentos com raças nativas, como o Nelore, demonstraram não apenas a capacidade de adaptação da Bonsmara, mas também seu potencial de incrementar a qualidade da produção pecuária nacional.
A excelência comprovada pelo desempenho
O uso de tecnologias e um manejo minucioso permitem que a Bonsmara destaque-se pelo ganho em musculatura e pela qualidade de sua carne, que é altamente valorizada no mercado.
Segundo Clélia, a docilidade e a precocidade da raça são características essenciais que facilitam o manejo e aumentam a eficiência produtiva.
“O Bonsmara no Brasil é um exemplo vivo de como a ciência e a prática pecuária, quando combinadas, podem resultar em ganhos substanciais para o produtor.”
Clélia Pacheco
A produtora rural ressalta os avanços na seleção e melhoramento genético que têm sido observados ano após ano desde a introdução da raça no País.
Futuro do Bonsmara no Brasil
A adaptação bem-sucedida da Bonsmara ao Brasil sinaliza um futuro promissor para a raça, que continua se desenvolvendo e superando expectativas.
Ela representa mais uma opção valiosa para os pecuaristas que buscam diversificar seus rebanhos, melhorar a qualidade da carne e otimizar a produção.
A Fazenda Santa Silvéria, sob a orientação de Clélia Pacheco, exemplifica o potencial da pecuária nacional de incorporar raças internacionais com sucesso, contribuindo significativamente para o fortalecimento e a diversificação do setor.