Quando o médico veterinário e pecuarista Marcos Jacinto assumiu a administração da fazenda de sua família em Gaúcha do Norte, no estado do Mato Grosso, uma de suas principais ferramentas de trabalho, o curral, já pedia uma reforma. Por ter sido feito sem aterramento, sempre na época das águas o produtor, sua peonada e seus animais sofriam com o barro que se formava no interior da estrutura.
“Nós tínhamos toda uma dificuldade operacional, muito barro no curral. E eu comecei a trabalhar com melhoramento genético. Eu precisava passar muitas vacas para inseminar e acabava de uma certa forma judiando delas porque elas se desgastavam andando naquele barro, um barro pesado, e o percentual de prenhez tinha uma interferência negativa. E então o curral chegou ao esgotamento, e fomos obrigados a tomar uma atitude de fazer um novo”, relembrou Jacinto no Giro do Boi desta quarta, 11.
Neste período, o pecuarista acabou não encontrando madeira de boa qualidade disponível e apostou em uma estrutura de curral pré-moldado. “Pensei que fazer um curral para durar dez anos não ia dar certo. E aí conheci esse curral de cimento em uma fazenda que eu visitei e fui buscar a oportunidade”, detalhou.
“Acabei fazendo um investimento que muita gente, a princípio, achou que era muito alto, mas na realidade equivale à aquisição hoje de uma plantadeira de quinze linhas. Para o agricultor, uma plantadeira de quinze linhas é o mínimo que ele adquire. Quer dizer, olha a nossa diferença cultural. Para adquirir uma ferramenta de trabalho que agora proporciona qualidade vida pra mim, para os funcionários, deu a oportunidade dos meus filhos e filhas, que são pequenos, de estarem lá, ajudando, participando sem risco nenhum operacional para eles nem para os animais. E muita gente interpreta como um gasto excessivo, mas é extremamente necessário pra eu atingir os objetivos que tenho buscado”, acrescentou.
Além do benefício com bem-estar dos colaboradores e dos animais, já que o trabalho é desenvolvido de forma mais tranquila evitando quaisquer acidentes, outro resultado proporcionado pela nova estrutura veio no aumento da taxa de prenhez. “Sempre evolui. Pelo menos uns 5% até 10% de ganho de eficiência, sim, por esse detalhe de ter muito animal rodando principalmente na época da chuva. […] A questão é o período de utilização dele. Se você for pegar o investimento feito e diluir nas suas despesas em apenas um ano, a conta pode ser que não feche dependendo do volume do teu movimento. Mas a longo prazo se torna muito barato”, concluiu Jacinto.
Veja a entrevista completa no vídeo abaixo: