FEITO SOB MEDIDA

Tabapuã: conheça mais sobre o zebuíno genuinamente brasileiro

A raça Tabapuã surgiu na década de 1940 e carrega o nome de seu município de origem no estado de São Paulo.

Fruto do cruzamento entre o antigo gado mocho brasileiro, carregando sangue Nelore e Guzerá, o Tabapuã é a primeira raça desenvolvida genuinamente em solo nacional. 

O Tabapuã surgiu na década de 1940 e carrega as principais características desejadas a um bom zebu brasileiro: animais mochos, adaptados, dóceis, de fácil manejo, precoces, férteis e de boa habilidade materna. 

Carrega o nome do município brasileiro onde foi desenvolvido, na fazenda Água Milagrosa, na cidade de Tabapuã, no interior de São Paulo. Em 1940 a propriedade servia de “pouso de boiada” para os deslocamentos de gado que, naquele tempo, ainda eram feitos a pé.

Foi quando o criador Júlio do Valle, da Fazenda São José dos Dourados, de Goiás, como retribuição a hospitalidade da Fazenda Água Milagrosa, deu de presente ao proprietário na época, o amigo pecuarista Alberto Ortenbrad, um bezerro mocho, sem raça definida, mas que se destacava em relação aos outros animais do lote.

Seleção do Tabapuã

Os animais da raça Tabapuã são predominantemente mochos e ótima conformação de carcaça.
Os reprodutores Tabapuã são predominantemente mochos e possuem ótima conformação de carcaça.

A fazenda Água Milagrosa, que na época trabalhava exclusivamente com a produção de café, ficou impressionada com o desenvolvimento do animal, que foi batizado com o nome de “T-Zero”. 

O caráter mocho, aliado a ótima conformação de carcaça, bons aprumos, cupim bem desenhado fizeram com que a família Ortenbrad decidisse investir na formação de um plantel, que se tornou a base para a raça no Brasil.

 Alberto Ortenbrad, com a ajuda de dois geneticistas, seguiu no desenvolvimento do Tabapuã, com o “T-Zero”, como um dos principais troncos genéticos da raça, com um sistema de acasalamentos sucessivos paternos, de filhas e netas com o próprio pai e avô. 

Para a surpresa dos selecionadores, a consanguinidade, condição comum em seleções com transmissão genética unilateral, não se apresentou, com força, na formatação do Tabapuã. Isso se deve a alta potência hereditária individual e predomínio hereditário do Touro T-Zero”.

Ao longo das décadas de 1960, 1970 e 1980, a raça Tabapuã foi ganhadora de inúmeras provas de ganho de peso Brasil afora.

Em 1968 foi fundada a Associação Brasileira dos Criadores de Mocho Tabapuã, atualmente ABCT, e em 1981 o Tabapuã foi reconhecido oficialmente como raça no Brasil.

Características do Tabapuã

As fêmeas Tabapuã têm excelente habilidade materna, alta fertilidade e bastante leite
As fêmeas Tabapuã têm excelente habilidade materna, alta fertilidade e bastante leite. (Foto: Reprodução).

Em linhas gerais, são animais predominantemente mochos, rústicos, adaptados ao clima tropical, com pelagem branca ou acinzentada, robustos e bem desenvolvidos.

O Tabapuã é considerado um dos animais mais precoces entre as raças zebuínas que estão no Brasil. São campeões no quesito “ganho de peso” e chegam ao ponto de abate facilmente na casa dos 30 meses de idade.

Os animais respondem bem a praticamente todos os sistemas de produção, desde o pasto, até semi intensivos, ou mesmo, o confinamento, com bom desempenho e acabamento. 

As fêmeas têm excelente habilidade materna, alta fertilidade e bastante leite. Os bezerros nascem bem e desmamam pesados, acima dos 200 kg.

Cruzamentos com o Tabapuã

O tabapuã responde bem a todos os sistemas de produção, desde o pasto, até semi intensivos, ou mesmo, o confinamento,
O tabapuã responde bem a todos os sistemas de produção, seja a pasto ou em confinamento. (Foto: Reprodução).

A raça Tabapuã é bastante procurada como opção para cruzamentos industriais para potencializar a produção de carne, seja com raças taurinas, como o Angus, seja com raças zebuínas, como o Nelore, o famoso “Tabanel”.

Para a pecuária leiteira, o Tabapuã também é opção de cruzamento com o Holandês, por exemplo, formando o “Tabolando”.