Sustentabilidade é a estratégia da companhia, destaca presidente do Friboi

Em entrevista ao Giro do Boi, Renato Costa falou sobre reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira, impactos da COP26 e os desafios para 2022

Retomada das exportações de carne bovina brasileira para a China, COP26 e as cobranças pela sustentabilidade da cadeia produtiva da pecuária de corte estiveram entre os principais tópicos de entrevista que o presidente do Friboi, Renato Costa, concedeu ao Giro do Boi desta quinta, dia 16.

Em primeiro lugar, Costa comemorou a reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira e analisou os impactos que a situação deve trazer. Um deles é o desafio logístico do estoque em trânsito, cujo fluxo ainda precisa ser normalizado dentro dos próximos dias. Depois disso, a constatação de que o Brasil não conseguirá atender em tempo hábil a demanda do Ano Novo Chinês, que em 2022 será celebrado em 1º de fevereiro.

“Então, sim, é uma boa notícia. Agora vamos ter três a quatro semanas para reorganizarmos tudo isso, esses estoques para questão de container, de navios”, manifestou.

Além disso, o executivo salientou as lições que a ocorrência ofereceu à pecuária brasileira. Entre elas, a preocupação de que a mudança de diretriz de um único mercado pode desestruturar o setor momentaneamente. Para tanto, Costa sustentou que o País siga em busca de novos mercados para o escoamento de sua carne bovina. “Eu acho que o próprio Ministério da Agricultura tem feito um bom trabalho, que é conquistar novos mercados para a gente diluir esse risco”, destacou.

Nesse sentido, Renato Costa ressaltou a importância da qualidade das carcaças para abertura e fidelização dos novos mercados. Atualmente, mais de 85% dos importadores da carne brasileira exigem por questões tanto sanitárias quanto de qualidade animais abatidos com no máximo 30 meses de idade.

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SUSTENTABILIDADE

Em seguida, o presidente do Friboi falou sobre a importância que o tema sustentabilidade vem ganhando dentro da cadeia produtiva da carne bovina mundo afora, sobretudo no Brasil. “A sustentabilidade hoje é a estratégia nossa da companhia”, disse em suma o executivo.

Costa enalteceu a forte participação da iniciativa privada na COP26, realizada na primeira metade de novembro em Glasgow, na Escócia. O evento contou com a participação dos executivos da JBS Friboi, que inclusive firmaram acordos para avançar na sustentabilidade do setor nos próximos, diminuindo a pegada de carbono da pecuária de corte.

Internamente a companhia trabalha para conquistar o objetivo que assumiu de zerar todas as suas as emissões de carbono até 2040 com o chamado compromisso Net Zero. “Para chegar até 2040, tem muito trabalho a ser feito”, projetou.

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Foi o caso, por exemplo, da assinatura da parceria com a multinacional DSM para o uso do aditivo de núcleo mineral Bovaer, que reduz as emissões de gases de efeito estufa pelos bovinos.

Iniciativas como esta, segundo Renato, ajudam o setor a atender o anseio do mercado consumidor. “É uma necessidade, é uma exigência do mercado conhecer de onde o produto saiu, saber como ele foi produzido”, pontuou.

Além desta parceria com a DSM, a companhia firmou cooperações também junto ao Instituto de Zootecnia de São Paulo e a empresa SilvaTeam para estudar suplementos que tenham o mesmo efeito de reduzir as emissões.

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INCLUSÃO

Do ponto de vista burocrático, a empresa trabalha com a inclusão de produtores que por ventura estejam com propriedades embargadas para a comercialização. Os atendimentos, nestes casos, são feitos gratuitamente pelos Escritórios Verdes, iniciativa que faz parte da Plataforma Pecuária Transparente. Na prática, são despachantes jurídicos socioambientais gratuitos que ajudam os produtores com a identificação do problema e apontam as soluções.

“O nosso papel é de inclusão. São 17 Escritórios Verdes. Eram 15, nós aumentamos mais dois agora e vamos expandir ainda mais ano que vem para dar apoio ao pecuarista em toda a parte de regularização ambiental. Só para se ter ideia, começamos o Escritório Verde há uns 90 a 120 dias […] e já regularizamos mais de 1.400 fazendas. […] Então o foco nosso com Escritório Verde é sobre como nós vamos incluir esse produtor, dando todo o apoio na parte ambiental, parte jurídica, como que nós vamos regularizá-lo. É a parte de inclusão”, sustentou o executivo.

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Acesse o site da Plataforma Pecuária Transparente

Por fim, Renato Costa agradeceu pecuaristas e os colaboradores da companhia que ajudaram a superar os desafios de 2021 e reforçou a importância de trabalhar novos mercados, a sustentabilidade da cadeia produtiva e o bem-estar animal em 2022.

Por fim, assista a entrevista completa com Renato Costa, presidente do Friboi:

Foto: Reprodução / JBS.com.br