
Em meio aos desafios climáticos, o sorgo ganha espaço na seca e se firma como uma alternativa estratégica para alimentar o rebanho bovino. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa cultura para a alimentação do gado.
Durante a Dinapec 2025, o pesquisador Frederico Botelho, da Embrapa Milho e Sorgo, destacou o potencial da cultura como solução de baixo custo e alto retorno para os pecuaristas que enfrentam restrições hídricas e escassez de pastagens.
“O sorgo é versátil, tem alto rendimento por hectare e tolera bem a seca. É uma cultura que responde ao investimento e traz segurança para o planejamento forrageiro”, afirmou Botelho.
Segundo ele, materiais como o BRS 661, lançado recentemente, podem chegar a 70 toneladas de matéria verde por hectare, garantindo alta produtividade com qualidade nutricional.
Silagem de qualidade e volume para enfrentar o clima
A principal vantagem do sorgo forrageiro é a produção expressiva de massa verde, com boa composição para silagem.
A panícula exuberante e o teor de amido presente nos grãos garantem a qualidade do volumoso, crucial para manter a nutrição do rebanho durante a estiagem. Além disso, não é sensível ao fotoperíodo, o que amplia a janela de plantio e a flexibilidade no manejo.
“Mesmo plantado fora da melhor época, ele atinge entre 3,5 e 4 metros de altura, com ótima produção de forragem e alto valor energético. É o tipo de alimento que sustenta o rebanho sem depender da chuva”, explicou o especialista.
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Duas categorias, múltiplas possibilidades
Durante o evento, foram apresentadas duas categorias da cultura: sorgo forrageiro e sorgo granífero.
Este último, apesar de menos volumoso, tem sido adotado por alguns pecuaristas também para silagem, graças ao alto teor de amido.
“Com 180 a 200 mil plantas por hectare, o granífero entrega silagem de qualidade e pode ser uma boa escolha em sistemas mais intensivos”, comentou Frederico.
O pesquisador também destacou o crescimento do mercado para o sorgo no Mato Grosso do Sul, impulsionado por usinas de etanol, que começaram a absorver os grãos.
Isso dá mais segurança comercial ao produtor, que antes enfrentava incertezas sobre a venda da produção.
Fácil de manejar e ideal para integração lavoura-pecuária
Apesar de muitos mitos em torno da cultura, Botelho foi categórico:
“O sorgo é fácil de manejar e responde bem aos tratos culturais, desde que se invista como se faz com o milho”.
Ele reforçou que é preciso adubação adequada, uso de fungicidas e inseticidas, quando necessário, para atingir o máximo potencial produtivo, com possibilidade de colher até 100 sacas por hectare.
O sorgo também é ideal para sistemas de rotação e integração lavoura-pecuária, por contribuir com matéria orgânica no solo e permitir a formação de pastagens vigorosas após a colheita.
Em áreas experimentais da Embrapa, a introdução do sorgo no sistema resultou em ganho médio diário de até 1 kg por animal em pastejo.
Alternativa estratégica para regiões desafiadoras
O uso do sorgo é especialmente interessante para regiões com janelas de plantio curtas e frequentes déficits hídricos.
Sua tolerância à seca e versatilidade de uso o tornam ideal para propriedades que buscam maior resiliência alimentar do rebanho e viabilidade econômica.
Ao final da entrevista, Frederico resumiu:
“O sorgo é uma cultura estratégica. Com planejamento e investimento, ele entrega qualidade, volume e segurança. E tudo isso com ótimo custo-benefício.”
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