Cocho cheio

Sistemas intensivos de bovinos: confira quais são e as vantagens de cada um

A intensificação da produção é reflexo da demanda global por alimentos e do protagonismo do Brasil na produção de carne sustentável.

A intensificação dos sistemas de produção de bovinos de corte em todo o território nacional, segue a crescente demanda global por alimentos e reflete o protagonismo que o Brasil possui na produção sustentável de carne vermelha.

Compreende-se como sistemas de produção o conjunto de tecnologias e ferramentas de manejo utilizadas nas produção de animais de corte. 

O intuito da intensificação é acelerar o ciclo produtivo e entregar ao mercado consumidor um animal jovem, pesado, bem acabado e uma carne sustentável, do ponto de vista social, ambiental e econômico.

Alguns fatores são indispensáveis para a intensificação da produção e precisam de atenção por parte das fazendas. 

O treinamento e capacitação da equipe é fundamental para novas rotinas, que podem incluir um manejo de pasto “mais apurado”, o gerenciamento de insumos em um cenário de suplementação de bovinos a pasto e a utilização estratégica do cocho, no semiconfinamento ou confinamento.

Uma equipe treinada de vaqueiros é ponto importante para iniciar a intensificação da produção na Cria.

Creep Feeding

O Creep Feeding tem como finalidade aumentar o peso ao desmame e já é um primeiro passo de intensificação de produção começando pela cria. 

É um sistema simples e focado na bezerrada, com acesso ao cocho somente para os bezerros, sem separá-los de suas mães. 

Um cercado, de madeira ou arame, limita o acesso das fêmeas ao cocho através da altura estratégica, permitindo que apenas os bezerros acessem o suplemento.

 

O alimento fornecido aos bezerros é exclusivo para esta etapa do ciclo, normalmente um concentrado, enriquecido com minerais e vitaminas que, além de aumentar o peso a desmama, visa já adaptá-lo ao acesso a suplementação no cocho.

Antecipação da desmama pode ajudar na aceleração do ciclo de produção.

Muitas vezes é possível antecipar a desmama, como forma de aliviar as fêmeas da amamentação, visto que o impacto nutricional da desmama é menor.

RIP

A recria é um dos principais gargalos da pecuária bovina de corte brasileira. É muito comum ver bezerros ao sobreano, na casa dos seus 18 meses de idade, com o mesmo peso, ou mais magros, do que estavam na desmama, por conta da queda de qualidade da forragem a disposição e a ausência de suplementação. 

A RIP, sigla para recria intensiva a pasto, visa corrigir essa lacuna no processo, com o fornecimento de produtos com algo entre 0,3% e 0,5% (do peso vivo de consumo) aos animais. 

Ela acelera a recria e auxilia na evolução de todo o trato digestivo do animal, principalmente na relação osso / músculo, e desenvolvimento de carcaça, de forma que o animal acessa o cocho e também o pasto, em uma relação equilibrada de fibras e energia.

A viabilidade do sistema sempre dependerá da disponibilidade de forragem na fazenda. 

Sistema de recria intensiva a pasto na Agropecuária Ramawi, em Mato Grosso do Sul.

TIP

A terminação intensiva a pasto é a intensificação da engorda dos animais, com a utilização do volumoso também através das pastagens. 

Nesta estratégia de engorda o pecuarista eleva o fornecimento de concentrado no cocho para algo entre 1,4% e 2% do peso vivo do animal, combinado ao fornecimento do volumoso proveniente do pasto que, precisa ser de qualidade, de preferência, adubado.

 

Uma TIP estruturada pode rodar com taxa de lotação na casa de 5 UA/ha no inverno e alcançar até 10 UA/ha nas águas.

Confinamento  

Nesta estratégia de intensificação de engorda, os animais são fechados em piquetes com oferta de água e tratos diários de alimentação. 

Tempo médio de confinamento é de 110 dias, com animais sendo abatidos com peso acima de 20 arrobas.

Não há acesso a pasto e o volumoso, a parte rica em fibras da dieta, é fornecida também no cocho.

 

Link externo:

https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/326307/sistemas-de-producao-de-gado-de-corte-no-brasil-uma-descricao-com-enfase-no-regime-alimentar-e-no-abate