O aproveitamento da parte aérea da mandioca (talo e folha), conhecida como rama de mandioca, é uma alternativa viável e eficiente para a nutrição de gado leiteiro e de corte em confinamento.
Segundo o zootecnista Edson Poppi, a silagem de mandioca é uma opção aproveitável, alinhada à premissa de não desperdiçar nenhum resíduo que possa servir como alimento.
A silagem de rama de mandioca se destaca por sua composição. O material apresenta um teor de proteína bruta interessante, com média de 13%, e uma matéria seca que varia entre 25% e 30% nas análises.
Confira:
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Cuidados com o ácido cianídrico e a digestibilidade
A principal desvantagem do material é a sua digestibilidade, que é considerada baixa. Além disso, o zootecnista alerta para a necessidade de atenção com o ácido cianídrico, uma substância tóxica presente na mandioca brava (acima de 100 mg por quilo).
No entanto, o risco de toxicidade pode ser controlado por meio de técnicas de manejo:
- Pré-murchamento: em alguns casos, é aconselhável realizar o pré-murchamento da rama de mandioca antes da ensilagem, pois esse processo contribui para a diminuição da concentração de ácido cianídrico.
- Fermentação: o próprio processo de fermentação (ensilagem) contribui para a redução natural do ácido cianídrico.
Tempo ideal de silagem e aproveitamento
Para garantir a segurança e a qualidade do material, o especialista recomenda que o silo com a silagem de rama de mandioca permaneça fechado por pelo menos 60 dias. Esse tempo permite que as fermentações ocorram de forma completa e que a concentração de ácido cianídrico seja reduzida.
A silagem de talos e folhas de mandioca é, portanto, um material que deve ser explorado na dieta do gado, pois o aproveitamento de resíduos é um princípio de sustentabilidade e eficiência na pecuária moderna.
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