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Saúde do solo preocupa em São Paulo: 53% das áreas têm baixa qualidade

Saúde do solo preocupa em São Paulo: 53% das áreas têm baixa qualidade

Levantamento da Esalq mostra que mais da metade dos solos paulistas está degradada, exigindo ações urgentes de recuperação

Alerta para o produtor rural: solo em risco exige manejo sustentável

Mais da metade dos solos agrícolas do estado de São Paulo apresenta baixa saúde, segundo um novo levantamento da Esalq-USP. O dado é preocupante: 53% das áreas analisadas estão degradadas, principalmente da região central ao oeste do estado. O estudo é um recorte da pesquisa que avaliou a saúde dos solos em toda a América Latina, onde 66% das áreas apresentaram nível baixo ou moderado-baixo.

Esse índice é determinado a partir da análise de variáveis-chave, como:

  • Teor de carbono orgânico (o principal indicador),
  • Disponibilidade de água para as plantas,
  • Densidade e porosidade do solo.

A combinação desses fatores permite entender a capacidade do solo de sustentar uma produção eficiente e resiliente.

Uso inadequado e clima extremo aceleram a degradação

Segundo os pesquisadores, a degradação dos solos paulistas está diretamente ligada a:

  • Uso intensivo ou incorreto das terras, sem o devido manejo conservacionista;
  • Desmatamento de áreas que funcionavam como proteção natural;
  • Mudanças climáticas, como secas prolongadas e eventos extremos.

Esses fatores tornam o solo mais compacto, pobre em matéria orgânica e menos eficiente no armazenamento de água — comprometendo a produtividade das lavouras e pastagens.

Práticas sustentáveis são urgentes para recuperar o solo

Para reverter esse quadro e preservar a fertilidade das áreas agrícolas, o estudo da Esalq destaca a necessidade de adoção imediata de práticas sustentáveis, entre elas:

  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Sistema de plantio direto, que evita o revolvimento do solo e protege sua estrutura;
  • Manejo integrado da propriedade, com rotação de culturas e cobertura vegetal constante.

Essas ações contribuem para aumentar o carbono no solo, melhorar a retenção de água e garantir um ambiente mais equilibrado para as raízes das plantas.

Produtor, fique atento: solo saudável é lucro garantido

Quem cuida do solo investe no futuro da fazenda. Um solo bem manejado aumenta a produtividade, reduz gastos com insumos e contribui para a resiliência climática da propriedade. O alerta da Esalq não é apenas para São Paulo, mas para todo o país. Sem solo saudável, não há agro forte.