Saiba qual o escore ideal para o cavalo de lida e como cuidar da saúde desses equinos

Consultores destacaram diferenças nos hábitos alimentares entre bovinos e equinos e apontaram cuidados no manejo que reforçam a sanidade dos animais da tropa

O Giro do Boi desta quinta, 31, deu start em mais uma série de reportagens, esta com foco nos cavalos. Ao todo, o rebanho de equídeos no Brasil chega a seis milhões de animais, movimentando cerca de R$ 16 bilhões e gerando 600 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, a tropa é a paixão de muitas famílias brasileiros. Daí a importância dos cuidados com alimentação, saúde e reprodução dos equinos.

Neste primeiro conteúdo, o médico veterinário e consultor Mário Duarte falou sobre algumas diferenças dos equinos para o bovinos, como o fato de os cavalos não serem ruminantes, mas possuírem uma mastigação mais eficiente, que reduz as partículas do pasto, por exemplo, a 2 mm e facilita a digestão no estômago.

ESCORE CORPORAL

Como os hábitos dos equinos são diferentes dos bovinos, é preciso estar atendo ao escore corporal para saber se a tropa está saudável. Foi o que apontou o médico veterinário Ricardo Moraes. Para tanto, o especialista indicou dois métodos que podem ser usados para mensurar este indicador caso o produtor não tenha balança: avaliação visual e a fita de pesagem.

Na avaliação visual, a escala de Henneke, de 1 a 9, indica se o animal está magro demais (1) ou obeso (9). Cada raça e cada objetivo da criação possui sua condição ideal. “Para um cavalo de tambor, o escore corporal seis para esta modalidade é muito bem vindo. Mas nós temos o exemplo do cavalo de polo, do cavalo de enduro… Eles trabalham com escore corporal um pouco mais baixo, cinco, São provas de longa distância. Alguns cavalos de outras modalidades, como hipismo ou adestramento clássico, trabalham com escore corporal até no sete”, informou. Além disso, Moraes informou que os cavalos de lida devem ter escore próximo ao seis.

FITA DE PESAGEM

Para auxiliar o criador a estimar o peso é possível usar a fita de pesagem também. Na prática, é uma fita métrica que passa pelo início da cernelha e mede a circunferência do animal a partir daquele ponto. Onde as extremidades da fita se encontrarem há um indicativo de peso cuja margem de erro é de 5% para mais ou para menos (veja os detalhes no vídeo abaixo).

NUTRIÇÃO

Depois disso, Mário Duarte lembrou que a suplementação dos equinos também deve ser diferente da dos bovinos. Inclusive por risco de intoxicação e morte. “Existem materiais que são tóxicos para os cavalos e que, ao mesmo tempo, aumentam a eficiência alimentar dos ruminantes. Por exemplo, a monensina. A monensina melhora a condição ruminal microbiana. Mas ela é extremamente tóxica para os cavalos. O cavalo é 400 vezes mais sensível à monensina do que uma ave e 200 vezes mais do que um ruminante”, comparou.

A pastagem dos bovinos também pode ser prejudicial ao equinos, como o Massai, que pode levar o animal à morte, ou ao menos limitar sua condição. “Por exemplo, aqui nós temos um pasto de Tifton. O cavalo adora o Tifton. Claro, ruminantes também, é um excelente material. Mas o cavalo tem um pouquinho de dificuldade principalmente com os panicuns e com as braquiárias por causa do teor de oxalato. O ácido oxálico que essas plantas têm acaba quelando o cálcio da dieta dos cavalos. Então eles se combinam, formam o oxalato de cálcio, que é um complexo insolúvel que o animal não vai conseguir aproveitar. Então se ele comer, por exemplo, uma braquiária, a consequência final disso é ele sofrer algum processo relacionado ao cálcio, à falta do cálcio no organismo”, alertou.

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Ao fornecer ração, o criador também deve estar atento, sobretudo com a quantidade. Isso porque os cavalos não conseguem arrotar, nem vomitar. Então a ração excessiva pode prejudicar a digestão dos equinos.

Por fim, confira as orientações em detalhes na reportagem a seguir:

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