As tecnologias de inseminação artificial por tempo fixo (IATF) bem como a fertilização in vitro (FIV) tiveram e ainda têm um impacto fundamental na produção de carne bovina. Assista ao vídeo abaixo e confira essa história.
Quem deu detalhes sobre isso foi o médico veterinário Maurício Peixer. Ele foi um dos entrevistados do Giro do Boi desta sexta-feira, 10.
Peixer é representante do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e gestor da empresa Bio Reprodução Animal.
“A IATF e a FIV são ferramentas responsáveis pela multiplicação dos melhores genes no rebanho brasileiro”, diz Peixer.
Entre os genes, pode-se citar, por exemplo, o que confere melhor marmoreio à carne ou que influi em mais sólidos no leite.
Avanço dos números da pecuária com o avanço tecnológico
O avanço dos números da produção de carne bovina no País é muito evidente, especialmente nos últimos anos.
Um exemplo disso é o dado levantado pelo Rally da Pecuária, segundo Peixer.
“O Rally da Pecuária fez um balanço de 1990 a 2020. A produção de carne bovina aumentou 117%”, diz o especialista.
Outro número importante foi que o rebanho aumentou apenas 30%. A produtividade aumentou 152%. O dado mais interessante é sobre a área de pastagem que diminuiu 14%.
“A trajetória, quando a gente fala de 1990 para cá, podemos dizer que a tecnologia foi se aprimorando e dando mais facilidade ao produtor”, diz Peixer.
Franco desenvolvimento da genética bovina
O mercado de genética bovina no Brasil segue em franco crescimento, atualmente 80% dos municípios do País já utilizam a tecnologia da inseminação artificial no seu rebanho.
Isso significa que as novas gerações de bois serão cada vez melhores.
As ferramentas da IATF e da fertilização in vitro, entre outras biotecnologias, ajudaram a fazer com que o Brasil se tornasse o principal exportador de carne bovina no mundo.
Os desafios da produção brasileira de bovinos de corte
Um dos grandes desafios está ainda na alta permanência do rebanho nas fazendas do Brasil.
O índice para isso é a avaliação da taxa de desfrute, que é o porcentual de bovinos que vão para o abate sobre o tamanho total do rebanho.
Nos Estados Unidos a taxa de desfrute é de 34%, enquanto que aqui no Brasil a taxa de desfrute dos animais é de 17%”, diz Peixer.
Para o especialista é um número claro de que o Brasil ainda mantém muitos bovinos por mais tempo na propriedade.
Confira no vídeo acima os detalhes da evolução do melhoramento genético no rebanho de bovinos no Brasil.