Richard Rasmussen destaca papel do produtor rural na preservação do meio ambiente

Biólogo e conservacionista, Rasmussen disse que ataques ao homem do campo são injustos e ressaltou que conservação da natureza ocorre sobretudo nas propriedades rurais

Nesta sexta, 25, o Giro do Boi exibiu entrevista com o biólogo, aventureiro e conservacionista Richard Rasmussen. Durante o bate-papo, Rasmussen destacou o papel do produtor rural na conservação da natureza, sobretudo no Brasil, enaltecendo a rígida legislação ambiental no País.

Primeiramente, o biólogo falou sobre sua relação com a produção agropecuária. Ao passo que foi conhecendo as políticas voltadas para a preservação da natureza, Richard entendeu que grandes fatias de conservação estão em forma de reservas legais dentro das propriedades rurais. Além disso, diversos canais nas redes sociais foram tratando sobre o tema, o que abriu os olhos de Rasmussen. “E nós temos uma lei ambiental hoje que é uma das melhores do mundo”, confirmou.

DISTÂNCIA ENTRE CAMPO E CIDADE

De acordo com o conservacionista, a distância entre a população urbana e o produtor rural ocorre por falta de conhecimento. “A gente tem que entender que todos nós temos uma pegada ecológica e não é só na questão alimentar. Por exemplo, com celulares, com veículos, enfim, nossas residências. Nós temos uma pegada. Dessa forma, o grande desafio é otimizar, tornar essa pegada mais sustentável o possível. Fato é que a alimentação se inclui nesse rol de uso que nós, seres humanos, fazemos. E sempre que eu faço palestra eu pergunta se alguém se alimenta de fotossíntese. Não. São só as plantas. Então não importa do quê você se alimenta. Você tem um impacto ambiental. Agora o grande desafio é justamente esse, tornar esse impacto o menor possível e se tornar sustentável”, salientou.

Rasmussen destacou que atualmente um setor paga a maior parte desta conta em busca da redução dessa pegada ecológica. “Nossa lei ambiental hoje já regula que quando você adquire uma terra, dependendo da região que você está, você tem mais ou menos reservas que você tem que destinar (à preservação). […] Você, agricultor ou pecuarista, não importa o que você faça, você paga a conta. E a sociedade usufrui. Tanto que hoje a gente está falando de pagamentos por serviços ambientais. A gente está entendendo que isso ajuda e muito a colaborar com o que a gente tem hoje em reservas”, comentou.

CONSERVAÇÃO É FEITA NO CAMPO

Posteriormente, Richard ressaltou que os mesmos campos onde são produzidos os alimentos também é onde acontece a conservação da natureza no Brasil. “O produtor rural ama o campo. E é onde é feita a conservação. Ela não é feita aqui no meio da cidade. É feita lá! E eu tenho visto exemplos maravilhosos. Ainda bem que a grande maioria são de exemplos maravilhosos”, constatou o biólogo.

Nesse sentido, Rasmussen lamentou a narrativa do “nós contra eles” alimentada por parte dos influenciadores urbanos que falam sobre a produção agropecuária. “Eu vejo muitos artistas, infelizmente, fazendo um papel deplorável porque nunca foram na Amazônia. Falam sobre o Pantanal, mas nunca foram lá. Eu vejo isso com tristeza, para falar a verdade. Esse posicionamento mais em torno do sentimental. Hoje a gente faz qualquer avaliação baseado somente na emoção. E a emoção não põe prato na mesa. O que põe prato na mesa é trabalho árduo e duro. E é injusto a gente categorizar, usar os péssimos exemplos para generalizar a atividade. É péssimo isso. Eu não entendo porque a gente faz isso com a gente mesmo ao invés de valorizar o nosso produtor”, analisou Richard.

Por fim, confira a entrevista completa de Richard Rasmussen ao Giro do Boi pelo vídeo a seguir:

Foto: Reprodução / Youtube