Resíduo de medicamento põe cadeia da carne bovina em alerta

JBS, MSD Saúde Animal e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) unem forças para reduzir completamente o registros de resíduos de produtos veterinários na carne bovina; e todo esse trabalho só pode ser resolvido na fazenda

Nesta quarta-feira, 20, o Giro do Boi discutiu um dos grandes desafios para toda a cadeia da carne bovina nacional: reduzir para zero o número de resíduos de produtos de medicamentos veterinários no País. O problema é grave e pode trazer prejuízos de bilhões de dólares por conta de bloqueio de acesso a mercados internacionais e até retorno de mercadorias.

Para discutir este tema, participaram do programa a médica veterinária Beatriz Ortolani, gerente de Produtos da Linha de Antiparasitários e Vacinas Clostridiais da Área de Ruminantes da MSD, e o veterinário Everton Andrade, especialista corporativo de Bem-Estar da JBS-Friboi.

As duas empresas mais o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) estão tocando o programa Zero Resíduo, que serve de conscientização para os pecuaristas de todo o País para respeitar o tempo de carência dos medicamentos veterinários antes de levar o bovino para o abate.

“É um problema crítico da cadeia. Nós da MSD falamos muito sobre a saúde única. Este é um ponto relevante porque, de alguma forma, questões vinculadas à saúde do animal vão impactar na saúde dos humanos. No caso de resíduos de medicamentos, nenhum processo industrial pode mudar essa realidade, então a gente precisa ter a origem muito bem trabalhada”, explica Beatriz.

Isso significa que o problema só pode ser resolvido na fazenda. E adotando dicas simples, o problema pode ser contornado facilmente, segundo Everton.

“Em 2011, quando houve um embargo dos Estados Unidos a respeito de resíduos de ivermectinas, o time da JBS foi para o campo. Só eu visitei mais de 800 fazendas para levar essa informação. Então a importância do cumprimento do período de carência. E desde lá este problema persiste na indústria”, diz Everton.

Fique de olho na bula

O problema, entretanto, não é somente de medicamentos como a ivermectina, mas também por outra gama de produtos veterinários como antibióticos, antiinflamatórios, os ectoparasiticidas.

“Por isso é sempre importante ler a bula do medicamento e entender o período de carência de cada medicamento e respeitar esse período”, explica Beatriz.

O período de carência é muito variável, dependendo do medicamento. Há produdos com um período de carência de apenas 1 dias, entretanto, outros fármacos são necessários até 133 dias de espera antes de levar o animal ao abate.

Materiais de consulta

Confira abaixo algumas publicações que você pode baixar e consultar para fazer o melhor cronograma sanitário para a sua fazenda.

Para facilitar o trabalho de identificação dos produtos, o programa Resíduo Zero elaborou uma série de etiquetas que podem ser coladas aos medicamentos para destacar os períodos de carência. Clique abaixo para baixar o arquivo PDF correspondente a cada etiqueta de período de carência.

15 dias35 dias | 60 dias | 100 dias | 135 dias

Fazenda Nota 10

No próximo dia 27 e até o dia 29, o tema de boas práticas de manejo com a saúde do rebanho, incluindo o assunto de respeito a carência de produtos veterinários, será discutido numa transmissão on-line e ao vivo, das 8h às 10h (horário de Brasília).

A live Jornada Saúde e Bem-estar Animal faz parte do programa Fazenda Nota 10 e será transmitida no Instagram do FN10. Confira abaixo a programação dos dias.

Confira na íntegra a entrevista no vídeo abaixo: