SANIDADE ANIMAL

Raiva em cavalo: saiba como proteger sua tropa após o ataque de morcegos

Raiva em cavalo pode ser fatal. Veja como prevenir e controlar ataques de morcegos com vacina, manejo correto e ação dos órgãos sanitários. Assista ao vídeo

Raiva em cavalo: saiba como proteger sua tropa após o ataque de morcegos
Raiva em cavalo: saiba como proteger sua tropa após o ataque de morcegos

Cuidar da tropa vai além da nutrição e do manejo. A raiva em cavalo, transmitida por morcegos hematófagos, é uma ameaça real e silenciosa, principalmente em regiões com histórico da doença, como o oeste do Paraná. Assista ao vídeo abaixo e saiba mais.

A produtora Leidiane Amorim, de Cascavel (PR), passou por isso: um de seus cavalos foi mordido por morcegos e, mesmo vacinado, ela queria saber como proteger melhor todos os seus animais.

A dúvida foi respondida nesta quinta-feira (12), no quadro “Giro do Boi Responde”, pelo médico-veterinário Guilherme Vieira.

Ele explicou que o único morcego que representa risco direto ao rebanho é o Desmodus rotundus, espécie hematófaga que se adaptou ao convívio próximo ao gado, após a substituição de florestas por pastagens.

Vacinação é a principal forma de prevenção

A vacina antirrábica é a medida mais eficaz e deve ser aplicada anualmente. No primeiro ano, são indicadas duas doses. Depois, o reforço deve ocorrer uma vez ao ano.

“A vacina é barata e salva vidas. A raiva é uma doença fatal e nos herbívoros ela costuma ser silenciosa”, alertou o especialista.

Além da vacina, Guilherme recomenda atenção às feridas de mordida. Caso identifique o ataque de morcego, o ideal é tratar a ferida e aplicar uma pasta vampiricida ao redor da lesão.

Esse produto age de forma indireta: quando o morcego volta para sua colônia, ele espalha o princípio ativo e ajuda a reduzir a população local.

Ambientes abandonados são focos de morcegos

Outro ponto crucial é o controle ambiental. Morcegos adoram lugares escuros e úmidos, como galpões, silos, casas abandonadas e poços desativados. Manter esses locais iluminados ou vedados pode afastar os morcegos.

“Eles têm alta sensibilidade à luz e som. Só se movimentam à noite”, explicou Vieira.

Se houver colônias grandes próximas à propriedade, a orientação é acionar a agência de defesa agropecuária do estado.

Apenas profissionais treinados e autorizados podem realizar a captura dos animais. Exterminar morcegos por conta própria é crime ambiental.

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Raiva em herbívoros é diferente da raiva em cães

Guilherme também destacou que existem duas cepas de raiva: uma afeta herbívoros, como bois e cavalos, e outra os carnívoros, como cães.

Nos cavalos, a raiva é mais difícil de identificar, pois os sintomas não são tão evidentes quanto nos cães.

“Por isso é importante vacinar. Quando a doença aparece, já é tarde”, reforçou.

Outro ponto importante é que, uma vez atacado, o mesmo animal costuma ser mordido novamente, já que os morcegos têm uma espécie de “preferência” ainda não explicada pela ciência.

Isso reforça a necessidade de ação rápida com pasta vampiricida e vacinação imediata.

Cuidados simples, mas que fazem a diferença

Para evitar novos casos de raiva em sua tropa, os passos são claros:

  • Vacinar todos os cavalos e bois anualmente contra raiva;
  • Aplicar pasta vampiricida em feridas de mordidas;
  • Vedar e iluminar galpões e locais abandonados;
  • Acionar órgãos competentes em caso de colônias próximas;
  • Fazer controle ambiental preventivo nas estruturas da fazenda.

Com informação e prevenção, é possível manter o rebanho protegido e evitar perdas. Como disse o consultor: “Vacina é barata. A raiva, não perdoa.”

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