PECUÁRIA INTENSIVA

Vale a pena trocar o Bonsmara? Especialista revela melhor raça para o tricross

Zootecnista Alexandre Zadra sugere uso de bimestiços Canchim ou Santa Gertrudis sobre meio-sangues para manter o porte e a boa resposta no confinamento

Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.

A dúvida do pecuarista Marçal Dias, de Santa Rita do Pardo, Mato Grosso do Sul, sobre se vale a pena trocar o Bonsmara em seu tricross (Angus x Bonsmara x Nelore) toca no cerne do desafio da pecuária intensiva: como manter o alto desempenho do gado 3/4 europeu no confinamento sem que o metabolismo elevado cause perda de peso?

O zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética, oferece opções de raças bimestiças e europeias de grande porte.

O Bonsmara, que é uma raça taurina adaptada com zebuíno em sua formação, tem um metabolismo médio a alto. Se o produtor está notando perda de desempenho no cocho, o problema não é a raça, mas a gestão do metabolismo desse gado do frio no clima quente, que exige atenção máxima à nutrição intensiva e ao tempo de recria.

Confira:

Opções de tricross para animais terminais

Para fazer um tricross terminal de sucesso, o pecuarista deve buscar raças que gerem animais de grande porte e com pelo curto, para o conforto térmico:

  • Bimestiços de Grande Porte: Canchim e Santa Gertrudis são as melhores opções para usar nas matrizes meio-sangue (F1).
    • Vantagem: o resultado é um animal com cerca de 56% de sangue europeu, que tem o mesmo metabolismo médio para alto do Bonsmara e responde muito bem no cocho, além de ter o pelinho curto desejado.
  • Outras opções: o produtor também pode usar Brangus (ideal para programas de carne de qualidade e com mais Brahman na composição) ou Braford.

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Tricross de “tiro curto” e o manejo na seca

Se o objetivo é a terminação de tiro curto (desmamar e jogar no cocho), o caminho é o animal 3/4 europeu, que exige um investimento nutricional maior:

  • Raças europeias puras: Charolês ou Black Simental (Simental mocho e preto).
  • Manejo na seca: o zootecnista alerta: esse gado sofre no calor. Se desmamar em maio, ele deve ser jogado em uma recria intensiva (como integração lavoura-pecuária com concentrado) e, depois do inverno, levado direto ao cocho. O metabolismo alto desses animais exige alta densidade nutricional.

A decisão de trocar o Bonsmara por outro bimestiço de grande porte, como Canchim ou Santa Gertrudis, é válida para padronizar o rebanho com o mesmo metabolismo, mas o sucesso final depende de o produtor equilibrar a dieta do gado.

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