Diante das particularidades do clima baiano e da busca por uma carcaça frigorífica de excelência, André Nascimento, pecuarista de Bom Jesus da Lapa, Bahia, consulta Alexandre Zadra, renomado zootecnista especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos, sobre a viabilidade de utilizar touros Devon ou Charolês para cobrir fêmeas meio-sangue Nelore-Braford. Assista ao vídeo abaixo e confira.
Zadra, autoridade no blog “Crossbreeding”, fornece direcionamentos essenciais para essa escolha. Inicialmente, o especialista esclarece a composição genética das fêmeas Nelore-Braford, indicando uma predominância de rusticidade tropical devido ao alto percentual de sangue zebuíno.
Essa característica destaca a fêmea meio-sangue como altamente adaptável ao clima quente do Nordeste brasileiro.
Seleção de raças bovinas para cruzamento em climas tropicais
Ao considerar o cruzamento de fêmeas Braford-Nelore com raças europeias como Devon ou Charolês, Zadra adverte sobre a importância da adaptação climática.
Ressalta que a adição de sangue europeu pode comprometer a termorregulação e o conforto térmico dos descendentes, sugerindo que tais cruzamentos podem não ser ideais para o ambiente quente da Bahia.
Inseminação artificial versus utilização de touros
Zadra faz uma distinção crucial entre a adoção de inseminação artificial e o emprego de touros europeus de forma direta
Enfatiza que, embora a inseminação artificial de fêmeas Nelore com sêmen Devon ou Charolês possa produzir descendentes meio-sangue com características desejáveis para o clima nordestino, a utilização de touros europeus em território tropical não é recomendada devido à inadequação ao clima.
Recomendações específicas de cruzamento
Para fêmeas Braford, que possuem uma proporção significativa de genes europeus, Zadra aconselha a escolha de raças tropicais adaptadas, como o Senepol ou o Caracu, garantindo assim que os descendentes mantenham a adaptabilidade climática essencial.
Zadra responde à inquirição de André com uma análise detalhada e conselhos práticos baseados na genética e adaptabilidade climática.
Ao optar por raças adequadas para cruzamento em condições de calor intenso, pecuaristas podem maximizar o potencial produtivo e garantir o bem-estar animal, alinhando-se assim às condições ambientais específicas da Bahia.