O retorno de criatórios de fora do Rio Grande do Sul marcou a 48ª edição da Expointer, em Esteio. O julgamento da raça Santa Gertrudis, realizado no domingo (31), mostrou um avanço significativo.
A participação de animais de outros estados foi possível graças ao novo status sanitário do Brasil, que agora é livre de febre aftosa sem vacinação. A mudança permitiu uma pista mais diversificada, com campeonatos muito disputados entre machos e fêmeas.
Segundo o jurado Luis Fernando Doneux, a presença de rebanhos de fora reforçou a qualidade do julgamento. Ele avaliou que os machos surpreenderam pela funcionalidade, musculatura, precocidade e estrutura.
Doneux destacou que a exposição provou que a raça avança a passos largos em direção a um tipo de animal mais produtivo e funcional, o que é um excelente sinal para os produtores.
Duas dobradinhas de São Paulo nos grandes campeonatos
Os resultados do julgamento confirmaram a qualidade dos animais de outros estados. Entre os machos, o touro Mr Atalla, da Fazenda Malagueta de Mairinque (SP), conquistou o Grande Campeonato.
Ele repetiu o desempenho que já havia apresentado na nacional durante a Feicorte 2025. Já o touro Viking 53, da Cabanha 53 de Lagoa Vermelha (RS), ficou com o reservado grande campeonato, mostrando a força dos criadores gaúchos.
Entre as fêmeas, a dobradinha também foi da Fazenda Malagueta, de São Paulo. A fêmea Melissa da Monte Sião foi a grande campeã, e a fêmea Urucaia da Bili, da Fazenda União do Brasil (Buri/SP), ficou como reservada grande campeã.
Essa fazenda faz parte do American Union Group, um grupo formado por brasileiros, paraguaios e americanos.
Santa Gertrudis se adapta a qualquer região
O criador Pedro Álvares de Mello, da Fazenda Malagueta, que conquistou os dois grandes campeonatos, reforçou a importância de os rebanhos de outros estados participarem da maior feira da pecuária nacional.
Para ele, é fundamental mostrar o quanto a raça Santa Gertrudis se adapta às mais variadas regiões do país. Ele acredita que a raça se firma como uma excelente opção para cruzamentos industriais, especialmente no Sul do Brasil.
O presidente da Associação Brasileira de Santa Gertrudis (ABSG), Antônio Roberto, destacou que a união dos criadores é essencial para o desenvolvimento da raça.
O objetivo da associação é contribuir para uma pecuária mais produtiva e eficaz, provando que a raça Santa Gertrudis pode e deve estar presente em qualquer lugar do país. A Expointer continua até 7 de setembro, e o próximo destino da raça é São José do Rio Preto e Avaré, em São Paulo.