Quais as vantagens de cruzar raças de dupla aptidão, como Guzerá e Sindi?

Zootecnista lembrou que criador vai ter heterose no gado de dupla aptidão, embora ela seja menor do que a esperada de um cruzamento entre taurinos e zebuínos

Nesta quarta, dia 24, o zootecnista Alexandre Zadra, respondeu a dúvida de um telespectador de Parnaíba, no Piauí, sobre gado de dupla aptidão.

Em resumo, Matias Sene quer saber a vantagem de fazer cruzamento industrial com duas raças zebuínas de dupla aptidão. Por exemplo, Guzerá e Sindi, ilustrou Sene.

De acordo com Zadra, que é supervisor regional comercial da Genex, uma das vantagens de fazer o cruzamento industrial com raças zebuínas é a adaptabilidade. “Você tem vantagens porque fará um animal totalmente adaptado ao clima quente aí do Nordeste. Vai produzir animais que serão tropicais”, confirmou.

Além disso, o criador ainda vai gerar heterose no gado de dupla aptidão F1. “E você tem choque de sangue. Lógico, o Guzerá é uma raça diferente do Sindi e, naturalmente, você gera choque de sangue”, sustentou.

No entanto, o choque de sangue é menor do que o observado no tradicional cruzamento industrial entre taurino e zebuíno. “Lógico que a heterozigose, ou heterose que se obtém é um pouco menor do que você consegue quando usa um cruzamento de um taurino sobre zebuínos. Mas você gerará heterose e fará animais saudáveis e muito bons de fertilidade. Quando você cruza, você gera saúde e fertilidade”, projetou.

GADO DE DUPLA APTIDÃO

Conforme projetou o especialista, o criador terá sucesso em produzir rebanho de dupla aptidão. “Você continuará fazendo animais pesados, machos pesados, e fêmeas com ótima habilidade materna, já que são duas raças espetaculares”, aprovou.

Logo depois, Zadra exemplificou algumas regiões que usam gado de dupla aptidão com sucesso. “Na Alemanha, por exemplo, de todas as raças criadas lá que eram de corte, como Simental, Grauvieh, ou Pardo-Suíço, eles tiram leite das fêmeas. E os machos eles fazem animais para ganho de peso. Esse gado ganha 1,6 kg por dia nas provas de ganho de peso”, informou.

“Então não há mal algum em selecionar animais, de se criar animais de dupla aptidão. Diferentemente do que muitos apregoam, […] a gente tem uma boa produção de leite e de carne porque a gente não está tirando de maneira alguma o ganho em peso dessas raças”, concluiu o zootecnista.

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