Novilha Nelore pronta para o gancho: estudo mostra qual é o ponto ideal de abate

Confira as dicas do doutor em zootecnia Flávio Dutra de Resende, do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)

Levar uma novilha Nelore, pronta para o gancho no frigorífico, pode significar bons ganhos para o pecuarista. A questão é: qual o ponto ideal de abate desta fêmea?

Essa é a pergunta que um estudo da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) quer responder.

O tema foi destaque no Giro do Boi desta sexta-feira, 29. A reportagem do programa conversou com o doutor em zootecnia Flávio Dutra de Resende e a doutoranda em zootecnia Carla Oliveira.

Resende é pesquisador e diretor do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que fica no município de Colina, na região de Barretos.

“Este é um caminho extremamente importante porque o mercado consumidor está ávido por uma carne de qualidade. Temos carne de gado cruzado, mas podemos trabalhar com a fêmea jovem Nelore”, diz Resende.

Vai para o gancho as fêmeas que não emprenharam

Lote de novilhas a pasto. Foto: Reprodução
Lote de novilhas a pasto. Foto: Reprodução

A oportunidade de terminação de fêmeas para uma produção de carne de qualidade nasce com as novilhas e vacas que foram desafiadas para emprenhar ainda jovens.

Em geral, esse desafio é feito com novilhas aos 14 e 15 meses de idade, no sobreano, aos 18 meses, ou mesmo com as fêmeas de 24 meses.

Se os animais não emprenharam, uma saída é levar para o gancho.

“Talvez o pecuarista investiu nela para emprenhar e normalmente ela não emprenhou. Mas só que ela ainda está leve, com 10 para 11 arrobas. Então, podemos engordar esse animal no confinamento ou no pasto mesmo”, diz Resende.

O objetivo é poder chegar com um animal, pelo menos, a 14 arrobas.

Qual é o ponto ideal de abate da novilha?

Novilhas terminadas em confinamento. Foto: Reprodução
Novilhas terminadas em confinamento. Foto: Reprodução

A mensuração do ponto ideal de abate da novilha Nelore ficou a cargo da pesquisadora Carla Oliveira, que está concluindo seu doutorado em zootecnia.

Ela avaliou três experimentos de lotes de fêmeas aos 14 meses que foram desafiadas para emprenhar. O gado estava numa recria intensiva.

“Fizemos uma avaliação de até que ponto vale a pena manter esses animais na terminação. Avaliamos animais confinados para o abate até 135 dias. Chegamos a conclusão que a partir dos 90 dias, aproximadamente, a eficiência biológica desses animais começa cair”, diz Oliveira.

Então o ponto ideal de abate ficou com cerca de 90 dias de cocho e com uma produção de novilhas de até 16 arrobas de carcaça.

Carne de qualidade das novilhas

Novilhas já prontas para o abate em estudo na APTA. Foto: Reprodução
Novilhas já prontas para o abate em estudo na APTA. Foto: Reprodução

Para Resende, este é o ponto ideal para uma carne bovina muito diferenciada e que pode garantir bons ganhos para o pecuarista que apostar nesse manejo.

“Eu faço uma picanha de novecentas gramas a 1,1 quilo que é o que o mercado quer. O mercado gosta de consumir uma carne extremamente macia, com aquele vermelho característico da carne”, diz o pesquisador.

O aspecto dessa carne vem também acompanhado de um manejo sem estresse para os animais. Por isso o pecuarista deve tomar cuidado com o manejo com essas novilhas.

Especiais da APTA

Ao todo serão 20 reportagens, de todos os ciclos de produção de carne de qualidade, que serão exibidas no programa Giro do Boi todas as semanas.

O programa de TV vai ao ar de segunda à sexta no Canal Rural, às 7h00 (horário de Brasília).