Há dez questões que você precisa saber sobre raças de leite no País. Elas saíram de uma sessão de perguntas e respostas no Giro do Boi desta terça-feira, 30.
O programa recebeu o zootecnista Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite da Alta Genetics. Ele respondeu a uma bateria de dúvidas dos telespectadores. Confira as recomendações do especialista.
1. Estou pensando em entrar no segmento leiteiro, penso em fazer piquetes para criar 100 vacas, no sistema de rodízio de piquetes irrigados. Estou prevendo uma área de 12 hectares para esta pastagens. Pretendo usar oito hectares para produção de milho e sorgo para completar a alimentação das vacas. Com este projeto consigo ter uma produção média de 20 quilos de leite por dia em vacas Holandesa e Jersey? Ou tenho de apostar em outro tipo de cruzamento?
— André Luiz, de Caldas Novas (GO)
“Eu recomendo usar bovinos Jersey, no entanto eu reduziria a expectativa de produção de leite para 15 a 17 litros de leite por vaca por dia. A vaca Jersey é menor e pode ser colocada 8 unidades animal (UA) em 12 hectares.”
2. Minha área de produção de leite é pequena. Estou pensando em colocar um touro de corte, vender os bezerros e comprar novilhas amojando, seria uma boa? São animais 3/4 e 1/2 holandês.
— José Cláudio Estevam, Miradouro (MG)
“Pode fazer isso, sim. No entanto, o ideal é trabalhar com uma vaca boa de leite, com uma eficiência reprodutiva para ter sempre uma vaca muito produtiva.”
3. Bezerra Girolando com Senepol é boa de leite?
— Rafael Marques, de Bom Despacho (MG)
“O cruzamento não é bom para leite. O ideal é utilizar cruzamento entre raças leiteiras para produção leiteira.”
4. Quero entrar no ramo leiteiro. Qual melhor para começar no leite, 1/2 sangue Girolando, 1/2 sangue Holandês ou 1/4 sangue Gir?
— Paulo Lopes Sobrinho, Tupã (SP)
“Com certeza meio-sangue Girolando, é um animal neutro de alta produção e se ele sentir que a área dele pode ter raças mais especializadas como o Holandês, pode ir para o ¾ Holandês.”
5. Uma novilha de 13 meses, cruzamento de Jersey com Gir, pode afetar o desempenho dos animais, já que a raça é pequena?
— Edson Antônio, Itirapina (SP)
“Dá certo sim, tem programas que estão usando. É uma raça que desde a época do Pro-Cruza, de 1975 a 1978, se fazia isso.”
6. O que você acha do cruzamento do Nelore com o Girolando?
— Kleber França, com propriedades no Acre, e Ronivon Caixeta, Patos de Minas (MG)
“É uma ótima solução para bezerro de corte, comercialmente falando, pois é muito interessante. As bezerras são as mais procuradas e podem ser boas receptoresas de melhoramento genético.”
7. Qual o melhor cruzamento de dupla aptidão em 5/8 e 3/4 Girolando?
— Dominic Simões, Itabaiana (SE)
“O ⅝ quando foi feito e estudado, a raça chegou a um patamar de padrão racial a ideia era sobre o aproveitamento do macho. Já o ¾ vira um pouco mais Holandês.”
8. O que me diz do cruzamento de fêmea Gir com touro Pardo-Suíço? Quero trocar o Pardo-Suíço pelo Touro Nelore, fica bom?
— Michel Julierme, Tuparetama (PE)
“O Pardo-Suíço faz junto com o Gir um animal de extrema força e muito padronizado. Quando se está pensando em trocar o touro Pardo-Suíço com o touro Nelore, terá mais animais que não são tão iguais ou parecidos com os Pardo-Suíço.”
9. O que você acha do Sindolando, o Sindi com o Holandês para leite?
— Lucio Klinger, Itamaraju (BA)
“Eu gosto muito desse cruzamento. Tem grandes projetos já sendo feitos em São Paulo, Minas Gerais e que estão dando muito certo. Temos de tomar cuidado com o nascimento de bezerros porque o Sindi é uma raça de menor porte.”
10. Tenho touro Sindi PO, qual raça recomenda para uma boa produção de leite?
— Geraldo Guimarães, Planaltina (DF)
“Eu recomendo o Jersey para se produzir um Jerdi. É um cruzamento interessante pois são animais muito parecidos e muito homogêneos, são fortes e geram uma produção bem interessante e bem resistente para o clima de Goiás e do Distrito Federal.”
Não deixe de conferir na íntegra a entrevista com o especialista com os detalhes para uma melhor produção leiteira no País.