O rebanho bovino na Austrália dá sinais de recuperação e pode chegar a 27,5 milhões de animais em 2022. O crescimento deve ser de 6% sobre o ano passado.
A informação foi do administrador de empresas Natanael Carvalho, colaborador da divisão da Swift Trade na Oceania da JBS Global.
Carvalho foi o entrevistado do Giro do Boi e falou da recuperação da pecuária do País após o revés climático e a própria pandemia.
“Nos dois últimos anos o clima foi mais favorável. Hoje, o pasto está mais verde e o rebanho vem crescendo”, diz Carvalho.
Confinamento mais caro do mundo!
A Austrália é o país do bovino mais caro do mundo e o diferencial está justamente na terminação de animais em confinamento.
Atualmente são cerca de 1,4 milhão de animais confinados no País, o que representa cerca de 55% dos bovinos abatidos.
“Entre os desafios está a alta dos custos de insumos, agravados com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e o aumento do custo de mão de obra”, diz Carvalho.
Raças mais criadas na Austrália
As raças bovinas que mais predominam no país estão o zebu Brahman e raças europeias como o Angus, o Hereford e o Simental.
“É forte também muitos cruzamentos entre essas raças e também a criação do Wagyu, o bovino com a carne mais cara do mundo”, diz o executivo da JBS.
Wagyu australiano
Um dos destaques do Wagyu na Austrália tem sido o desenvolvimento de um animal não tão caro como o do país de origem dessa raça, o Japão.
Outra grande vantagem é uma produção em maior escala. Atualmente a produção japonesa consegue terminar bovinos com a maior escala de gordura entremeada na carne (marmoreiro).
“A escala vai de zero a 12. No Japão, o boi chega a na escala 12. Na Austrália já chegamos a escala 9 e de 6 a 7, na média”, diz Carvalho.
Confira no vídeo acima a íntegra a entrevista de Carvalho que fala ainda do risco de febre aftosa no rebanho bovino australiano.