As raças bovinas são classificadas em grupos distintos – taurinas, taurinas adaptadas, zebuínas e compostas – cada um com características específicas de porte, precocidade, qualidade de carne e adaptação ao ambiente.
A diversidade do rebanho bovino mundial permite uma classificação simplificada das raças bovinas em grandes grupos, cada qual com particularidades importantes para a produção de carne e leite. Conhecer essas classificações é fundamental para o pecuarista que busca otimizar seu sistema produtivo.
De acordo com a Embrapa Gado de Corte, as raças bovinas podem ser divididas em taurinas, taurinas adaptadas, zebuínas e compostas.
Raças taurinas (Bos taurus)
As raças taurinas são divididas em três subgrupos principais, com diferenças de porte e características de produção:
- Raças britânicas: São animais de menor porte entre os taurinos, com peso de abate entre 420 kg e 450 kg. Destacam-se pela precocidade, maciez e suculência da carne.
- Exemplos: Aberdeen Angus, Red Angus e Red Poll.
- Outras raças dos países baixos e ilhas britânicas: Possuem porte um pouco maior, com peso de abate de 450 kg a 500 kg. São as mais leiteiras dentro do grupo dos taurinos e, se presentes, seus chifres são curtos.
- Raças continentais: Caracterizam-se por grande porte, atingindo peso de abate entre 540 kg e 610 kg. Quando presentes, os chifres são mais longos. Apresentam maior rendimento ao abate, mas são mais tardias tanto sexualmente quanto para o acabamento de carcaça.
Raças taurinas adaptadas
São raças de origem taurina que, ao longo de sua formação, desenvolveram a capacidade de se adaptar aos climas tropicais.
Neste grupo, encontramos:
- Raças crioulas: Formadas a partir de animais introduzidos pelos colonizadores europeus.
- Exemplos no Brasil: Caracu, Curraleiro, Pantaneiro, Lajeano e Mocha Nacional.
- Exemplo na Colômbia: Romosinuano.
- Exemplo: Raça N’Dama (Senegal).
- Exemplo: Senepol (5/8 N’Dama – 3/8 Red Poll).
As taurinas adaptadas mantêm a qualidade de carne própria do Bos taurus, aliada à resistência ao ambiente tropical.
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Raças zebuínas (Bos indicus)
No Brasil, as raças zebuínas têm peso ao abate entre 460 kg e 500 kg. São consideradas mais tardias sexualmente, com menor massa muscular e maciez de carne mais variável em comparação com as raças taurinas.
No entanto, seu grande trunfo para sistemas de produção nos trópicos é a superior tolerância ao calor, à radiação solar, à umidade e a endo e ectoparasitas.
- Exemplos: Nelore, Guzerá, Gir, Tabapuã, Indubrasil, Sindi e Brahman.
Raças compostas ou sintéticas
São raças desenvolvidas a partir do cruzamento entre animais das espécies Bos taurus e Bos indicus.
O objetivo é combinar as melhores características de ambos os grupos: a rusticidade e adaptabilidade dos zebuínos com a produtividade e qualidade de produto dos taurinos.
- Exemplos:
- Santa Gertrudis (5/8 Shorthorn – 3/8 Brahman) – a primeira formada com essa finalidade.
- Belmont Red (5/8 Shorthorn – 3/8 Brahman).
- Blonel (5/8 Blonde – 3/8 Nelore).
- Bosmara (5/8 Africander – 3/16 Hereford – 3/16 Shorthorn).
- Braford (5/8 Hereford – 3/8 Zebu).
- Brangus (5/8 Angus – 3/8 Zebu).
- Canchim (5/8 Charolês – 3/8 Zebu).
- Montana Tropical (>=75% taurino e >=50% zebu ou taurino adaptado).
- Purunã (1/4 Charolês – 1/4 Caracu – 1/4 Aberdeen Angus – 1/4 Canchim).
- Simbrasil (5/8 Simental – 3/8 Nelore).
Essa classificação simplificada ajuda a entender a vasta diversidade genética bovina e como cada grupo se adequa a diferentes sistemas de produção e objetivos no campo.
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