
Com o retorno das chuvas, o pasto entra em fase de rebrote, o que exige um manejo rigoroso para evitar prejuízos na próxima estação seca.
Em entrevista ao Giro do Boi, o engenheiro agrônomo e consultor Wagner Pires alerta que o pecuarista não pode ceder à “sede ao pote” e deve respeitar a lotação e a fisiologia das gramíneas. Ignorar o manejo adequado agora é construir um rastro de degradação que será cobrado no futuro.
Pires ressalta que, ao longo dos anos, o pecuarista brasileiro construiu um histórico de degradação ao tirar o gado da fazenda sem devolver nada para o pasto. No entanto, se bem manejadas, as pastagens brasileiras podem ser um “sumidouro de carbono”, contribuindo imensamente para mitigar os efeitos estufa.
O especialista cobra que o pecuarista saia da discrição e seja “barulhento” em mostrar ao mundo que a pecuária a pasto é uma solução ambiental competitiva.
Confira a entrevista completa:
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Dicas de manejo para turbinar o pasto
O consultor respondeu a dúvidas de produtores de todo o Brasil, oferecendo orientações práticas sobre manejo e recuperação do pasto:
- Pasto batido (rapado): Se o pasto está muito batido, o pecuarista deve “meter o pé no freio”, diminuindo a lotação e suplementando o gado. Não há milagre; é preciso mudar a rotina, eleger uma área para vedar, adubar com nitrogênio e iniciar a recuperação.
- Intensificação em morraria: o fator morro não é impeditivo. É preciso ter sabedoria na divisão e evitar que a água esteja concentrada apenas na parte baixa. O gado não pode rapar o pasto em declive, para evitar erosão e degradação ambiental.
- Controle de plantas daninhas: o controle requer a visita de um técnico para identificar a planta e a dosagem correta do herbicida. O herbicida é a melhor forma, mas é um trabalho de longo prazo, de pelo menos 3 a 4 anos. O pecuarista não pode ser negligente e deixar a planta sementear, pois isso multiplica o problema.
Escolha do capim e fertilidade do solo
Para quem busca reformar ou implantar um novo pasto, a escolha da gramínea deve se alinhar à fertilidade do solo e ao tipo de manejo:
- Solo fértil e rotacionado: o recomendado é o uso dos pânicos (Massai, Zuri, Paredão). São as espécies que produzem mais e que respondem melhor à adubação.
- Área de declive: Para morraria, a indicação é trabalhar com capim estolonífero ou rizomatoso, como a Humidícola ou a Braquiária Marandu. Essas espécies protegem melhor o solo, evitando a degradação e o impacto da chuva.
O consultor reforça que o custo de manutenção do pasto é sempre menor do que o custo de uma reforma total. Para a nova geração de pecuaristas, é essencial adotar a visão de “agricultura de pasto” para garantir o crescimento sustentável da pecuária brasileira.
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