Municípios com equipe da Brigada Aliança tiveram redução de 80% nos incêndios em 2021

Iniciativa que foi fruto de parceria entre Friboi e Aliança da Terra divulga balanço da atuação das brigadas de incêndio na estação seca de 2021

Em entrevista ao Giro do Boi desta segunda, dia 15, a bióloga, mestre e doutora em ecologia e evolução Caroline Nóbrega, gerente geral da Aliança da Terra, fez um balanço do projeto Brigada Aliança na atuação contra queimadas no Pantanal em 2021.

A iniciativa é fruto de parceria da ONG com o Friboi, que criaram as unidades com o intuito de instituir brigadas de incêndio em MS e MT e capacitar produtores locais no combate às queimadas no Pantanal.

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Conforme destacou Nóbrega, nos municípios onde as brigadas foram instaladas houve redução média de 80% dos focos de incêndio. As unidades foram distribuídas em Cáceres, Poconé, Pedra Preta e Araputanga, em Mato Grosso, e Anastácio, em Mato Grosso do Sul.

À primeira vista, o número demonstra a importância da atuação da Brigada Aliança na opinião da gerente da ONG Aliança da Terra. “Neste ano, 10% dos focos de incêndio foram combatidos nas fazendas cadastradas pela brigada. A maior parte dos incêndios combatidos foi fora das áreas que inicialmente estavam cadastradas. A gente foi combater o fogo fora para quem não entrasse e não ameaçasse essas propriedades”, salientou.

IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS

Neste sentido, Caroline ressaltou ainda as parcerias firmadas para que o resultado fosse alcançado quanto à redução das queimadas no Pantanal. “Foram muitos aprendizados, mas eu acho que o principal que a gente traz é a importância das parcerias locais, tanto da empresa, do Friboi, que abriu as portas para a gente a gente pudesse atuar no Pantanal, mas principalmente a importância das parcerias locais com os produtores, com a comunidade. Eles estiveram lado a lado com os nossos brigadistas, atuando nesse combate aos incêndios do Pantanal”, reconheceu.

Do mesmo modo, o contato dos produtores para acionar a brigada ajudou a combater as queimadas no Pantanal em seu início. “Muitas vezes nós tivemos situações de produtores que entraram em contato com os gerentes das unidades Friboi onde a gente estava instalado para pedir um suporte também para municípios vizinhos”, ilustrou Nóbrega.

ATUAÇÃO DO PRODUTOR RURAL

Segundo informou a gerente da Aliança da Terra, 55% dos 105 incêndios combatidos pela Brigada Aliança tiveram a presença de produtores rurais, além dos próprios brigadistas. O investimento foi não só na força de trabalho como também de maquinário. “A gente sabe que para os produtores e colaboradores tirarem esse maquinário da produção é um investimento, é um custo para eles”, assumiu a bióloga.

Por exemplo, anunciou Nóbrega, “em alguns casos a gente teve mais de 30 pessoas combatendo ao nosso lado. Então às vezes a gente chegava na propriedade, a equipe já se organizava, dividia esses funcionários em equipes e estava todo mundo junto. A gente teve mais de 100 pessoas treinadas na região do Pantanal, 100 voluntários”, destacou.

RECONHECIMENTO E NOVOS DESAFIOS

Por fim, o trabalho da Brigada Aliança no combate às queimadas no Pantanal acabou rendendo uma dos vereadores da Câmara Municipal de Pedra Preta-MT, que dedicou uma sessão solene para homenagear os “guerreiros do fogo”.

Nóbrega agradeceu os representantes do povo do município mato-grossense pela homenagem. “É a maior distinção que o município pode nos dar”, celebrou.

Em seguida, a gerente da ONG aproveitou para convidar produtores interessados em integrar a Brigada Aliança para atuação na seca do ano que vem. “Para 2022, já a partir de fevereiro, nós vamos iniciar os treinamentos e o nosso desafio é criar esse movimento de combate, de voluntários também capacitados. […] Quem tiver interesse no próximo ano de se preparar para essa estação dos incêndios, […] é só entrar em contato. A gente já está começando a fazer o planejamento das novas brigadas e tem um número limitado de novas brigadas que a gente consegue criar”, ponderou.

Saiba mais sobre a Brigada Aliança e veja como entrar em contato

Então, continuou Caroline, quem tiver interesse, basta entrar em contato com a gente”, incenvitou. “Sejam prefeituras, secretarias, mas também grupos de produtores (sindicatos rurais) que eventualmente querem se juntar e trabalhar juntos nessa parceria”, estimulou.

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Enfim, assista a entrevista completa com Caroline Nóbrega sobre a atuação da Brigada Aliança nas queimadas no Pantanal em 2021: