Quanto dinheiro o pecuarista perde quando não faz limpeza de pasto?

Especialista usou como exemplo fazenda com lotação média de 1 UA/ha, ganho médio diário entre águas e seca de 450 g e infestação de 30% das pastagens

Você sabe qual é o tamanho da receita que o pecuarista ‘deixa na mesa’ quando perde parte de suas pastagens para as plantas daninhas? Em entrevista ao Giro do Boi desta quarta, 1º, o zootecnista Guilherme Caldeira, gerente de marketing de campo da Corteva Agriscience, fez uma conta para ilustrar uma situação comum nas fazendas de gado de corte, uma área de pastagem com cerca de 30% de infestação.

Para a conta, Guilherme usou como exemplo uma propriedade que está na média do Brasil para lotação, de 1 unidade animal por hectare, com um ganho médio diário entre águas e seca de 450 gramas. Com uma infestação de 30%, a correlação é que o pasto tem uma redução da produção de matéria seca também de 30%, fazendo com que a lotação também seja reduzida em 0,3 UA/ha. “Quando você transforma isso em dinheiro, se nós considerarmos uma arroba de R$ 180 […] então nós estamos falando de um aumento de receita de R$ 300, vamos arredondar estes números para ficar mas fácil de a gente fazer o entendimento do raciocínio”, calculou.

“Então é muito importante a adoção da tecnologia e ela com certeza te reverte em resultados financeiros positivos. Se nós formos considerar uma aplicação de um produto nosso da família XT, que são os produtos hoje que agregam, que trazem a melhor tecnologia e o melhor resultado para o controle de invasoras em pastagens que nós temos dentro do nosso portfólio, tanto o Dominum XT, quanto o Trueno XT, quanto o Planador XT, nós estamos falando de um custo de aplicação de R$ 300 por hectare. Ou seja, com uma infestação de 30%, eu praticamente pago meu investimento com meu aumento de receita já no primeiro ano. Então a relação é diretamente positiva e ela pode, sim, ser mensurada. É lógico que, de novo, isto não é matemática, isto é biologia, e tudo que eu estou falando vai depender muito se a gente consegue ter um bom manejo, se a minha pastagem tiver um índice de fertilidade adequado melhor ainda, lógico, uma genética de qualidade também vai me ajudar muito, inclusive até a subir um pouco mais estes ganhos médios diários de 450 gramas”, continuou Guilherme.

12 etapas para você se tornar um craque do manejo de pastagens

“Via de regra, o controle químico de invasoras é um dos principais fatores para garantir o sucesso do nosso pecuarista do ponto de vista de aumento de produtividade e consequentemente aumento de receita “, sustentou o zootecnista.

Guilherme comentou ainda a respeito da janela de aplicação, uma vez que as chuvas já estão ficando raras no Brasil pecuário. “Algumas regiões do Brasil a gente ainda tem uma precipitação que permite fazer algum tipo de aplicação, então tem que ser analisado caso a caso. […] Existem situações onde a gente consegue aplicar, sim, as nossas precipitações inclusive atrasaram um pouquinho no início do ano passado”, disse.

Qual é a hora certa de fazer a limpeza de pastagem?

Roçadas ou herbicidas: qual o jeito certo de controlar plantas daninhas?

No entanto, mesmo os locais onde ainda tem chuva e viabiliza a aplicação dos herbicidas, Caldeira ponderou que a performance do defensivo é alterada por conta das mudanças no metabolismo das plantas daninhas. Em algumas situações, por exemplo, é recomendada o reforço da dosagem para que a performance seja como o produtor espera. De maneira geral, conforme indicou o especialista, quanto antes as aplicações forem feitas no início do período das águas, mais o pecuarista desfrutará da produtividade de seu pasto, uma vez que o pico de desempenho das forrageiras ocorre a partir dos primeiros meses de chuvas até o meio da estação das águas.

+ Aplicar defensivo no pasto no início das águas antecipa oferta de forragem

+ Que cuidados devo ter com a água da mistura do herbicida?

COVID-19
O gerente de marketing de campo da Corteva Agriscience destacou ainda as medidas que a empresa está tomando para conter a pandemia de coronavírus e enviou um recado aos produtores parceiros da companhia. “Nós, da Corteva, estamos trabalhando e vamos continuar trabalhando para que a gente consiga desenvolver o nosso trabalho e permitir com que o alimento chegue à mesa do nosso consumidor, além de todas as medidas que o Ministério (da Saúde) e os órgãos governamentais estão adotando. Nós estamos também trabalhando de forma remota, todas as nossas reuniões foram canceladas e a nossa recomendação é que as reuniões e os assuntos mais importantes sejam tratados através de videoconferência e pelo telefone. Inclusive vou aproveitar a oportunidade para nos desculpar com algum pecuarista e com distribuidores porque nós tínhamos uma agenda de eventos muito grande para o início do ano e, em função do que nós estamos passando, nós tivemos que cancelar todos estes eventos. Infelizmente alguns nós realmente cancelamos, não conseguimos postergar em função da segurança e toda normatização e do processo que estamos passando em relação ao coronavírus”, atualizou o zootecnista.

Veja no vídeo abaixo a entrevista completa com Guilherme Caldeira: