Durante o Giro do Boi desta segunda, 22, o engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, respondeu dúvida do pecuarista Airton Junior, que tem propriedade em Eugenópolis, estados de Minas Gerais.
O produtor contou que em sua fazenda, que fica em uma área de morraria, ele tem um piquete formado por Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha e quer dicas para melhorar a qualidade das suas pastagens.
“Airton, o problema começou por aí. Porque são duas gramíneas diferentes, Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha. Palatabilidades diferentes, período de descanso diferente, níveis de proteína diferentes. O gado escolha a que ele vai comer e você não tem um bom resultado”, advertiu Pires.
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O consultor apontou qual é a variedade mais recomendada para o tipo de terreno do pecuarista. “Para área de morro, a Brachiaria decumbens é a melhor das braquiárias, muito boa. E tem mais, a Brachiaria decumbens é tolerante à baixa fertilidade, então se a sua Brachiaria decumbens está sofrendo, não está se desenvolvendo bem, é porque o solo do seu morro está no osso, Airton, está morrendo, não tem mais nada que tirar dali. Então o que você tem que fazer? Tem que fazer coleta e a análise de solo, mande fazer num laboratório e começar o processo de correção”, recomendou.
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O produtor perguntou também sobre a viabilidade da aplicação de calcário em cobertura. “Perfeitamente, Airton, você pode fazer. O único cuidado que você deve tomar é que você jogue metade da dose, porque vai levar um tempo para que esse calcário corrija no solo”, indicou.
No entanto, segundo o consultor o efeito pode ser acelerado com a ajuda de implementos. “Se você tiver uma grade fechada, você pode aplicar o calcário todo e passar descendo o morro, morro abaixo, esta grade fechada. Isso não provoca erosão, isso não vai fazer rebuliço na sua Decumbens e a lâmina da grade vai ajudar na penetração do calcário”, esclareceu. Existe um outro implemento, que se chama aero subsolador. É um conjunto de facas que você desce e ele vai furando o solo e vai jogando o calcário para dentro. Ele ajuda também, então este tipo de implemento, subsolador, você pode passar. Ele tem um disco, e atrás do disco vem a faca bem estreitinha do subsolador. São implementos que não agridem o solo, não provocam erosão e vão ajudar a descida do calcário porque o calcário não anda no solo, demora muito tempo pro calcário penetrar sozinho. A raiz ajuda, ela absorve o cálcio e leva lá para baixo”, justificou.
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“Se você não tiver nenhum desses implementos, você faz o quê? Joga duas toneladas num ano, no outro ano você joga mais duas. Depois da calagem, vamos fazer uma fosfatagem – no ano seguinte você faz uma fosfatagem. Aí eu recomendaria a você, principalmente, um fósforo de baixa solubilidade porque você vai ter uma reposição mais lenta que vai te ajudar financeiramente no processo e todo ano vai jogando um pouquinho de fósforo para ir elevando”, continuou.
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O agrônomo falou também sobre a possibilidade do ataque de pragas na pastagem. “A Decumbens é uma gramínea boa, porém ela é sensível ao ataque de cigarrinha. Então todo ano você vai ter. Só que esta cigarrinha que normalmente nós temos em Minas é muito fácil de você eliminar, mas tem que fazer uma pulverização logo no inícios das chuvas para eliminá-la. Eu recomendaria que você usasse um inseticida com um período residual um pouco mais longo e você vai ter que fazer aí umas duas ou três aplicações no ano para que a Decumbens não seja atingida e não prejudique o desenvolvimento da gramínea para o gado”, concluiu.
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Veja a resposta completa no vídeo a seguir:
Foto: Reprodução / IEF.mg.gov.br
