O Giro do Boi desta terça, 31, repercutiu em duas reportagens o assunto eficiência alimentar de matrizes bovinas, analisado em estudo que começou em 2016 no Instituto de Zootecnia de São Paulo, o IZ-SP. Depois de descobrir que as vacas mais eficientes consumiam 12% menos matéria seca para ter desempenho similar às suas contemporâneas menos produtivas, um dos questionamentos que surgiu foi qual o impacto disto na habilidade materna e no desenvolvimento de seu bezerro.
Veja a primeira parte da reportagem no link abaixo:
+ Matrizes mais eficientes consomem 12% menos matéria seca, atesta IZ
Quem está buscando respostas para esta pergunta é a pesquisadora do IZ Sarah Bonilha, engenheira agrônoma e mestre e doutora em ciência animal. “Se a mãe que é mais eficiente, comeu menos e teve um bom desempenho, será que esse menor consumo dela durante a gestação afetou o potencial de desenvolvimento dos tecidos dos filhos dela?”, indagou.
Para entender esta dinâmica, a pesquisadora está analisando os bezerros destas matrizes, que estão em prova de ganho de peso desde 2016, para saber se estas vacas mais eficientes formam mesmo as melhores crias. “A gente está tentando entender os efeitos da classe de eficiência da mãe no potencial de desenvolvimento dos tecidos, tanto muscular como adiposo, do produto. Então tudo que acontece com a mãe durante a gestação pode afetar o bezerro e depois, consequentemente, sua carcaça”, explicou.
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As ferramentas que podem trazer estas respostas são biópsias feitas após coleta de amostras de tecido muscular do contrafilé dos bezerros. Um estudo posterior destas amostras poderá analisar os genes ali contidos para modelar e explicar os efeitos da nutrição ao longo da gestação. As coletas foram feitas aos 30 dias após o nascimento e serão novamente feitas nas desmama para comparação. “Nós precisamos melhorar este sistema e produzir cada vez melhor e cada vez com mais eficiência para que a gente consiga uma exploração mais econômica, com menos impacto no meio ambiente e continuar com este espaço de destaque no mercado mundial da carne”, resumiu a agrônoma.
Saiba mais detalhes na entrevista completa com Sarah Bonilha no vídeo abaixo: