Quais são os principais atributos de um bom curral para gado de corte, que seja eficiente e moderno, ou seja, que atenda os novos conceitos de racionalização da mão de obra e do bem-estar dos animais? Para responder a esta questão e orientar pecuaristas que estejam em busca de melhorar a lida, o Giro do Boi visitou o Centro de Manejo Racional da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos-SP e entrevistou o pesquisador da unidade Marco Aurélio Bergamaschi, médico veterinário, especialista em nutrição, mestre em cirurgia veterinária e doutor em medicina veterinária.
No centro de manejo, o asseio é notado em detalhes como nos diferentes recipientes de coleta de lixo conforme a sua categoria: destinação específica para resíduos biológicos, que são incinerados – uma demanda particular do centro de pesquisa -, outros cesto para a reciclagem e assim por diante, conforme mostrou a reportagem.
Segundo Bergamaschi, o curral foi concebido levando em consideração a segurança dos animais e das pessoas; o seu bem-estar, garantindo qualidade de vida sem estresse; e racionalização da mão de obra. Ou seja, o aproveitamento máximo do trabalho dos vaqueiros que, desta forma, com uma estrutura que comporta até 500 animais, apenas uma ou duas pessoas já são o suficiente para realizar procedimentos simples, como pesagem.
O curral foi construído em formato circular, como se fosse a concha de um caracol, facilitando a condução dos lotes pela ausência de cantos. O posicionamento bem visível das porteiras e o afunilamento dos corredores induz o caminho aos indivíduos sem restringir seus movimentos. “Então ele acaba chegando ou no embarcador ou no tronco de contenção para fazer alguma prática de forma mais fácil, com menor estresse, sem gritos, sem cutucões, de forma bem adequada”, resumiu o veterinário.
No tronco de contenção do Centro de Manejo Racional, outra particularidade da eficiência da estrutura: o tronco hidráulico facilita a abertura e fechamento das porteiras para os peões, que concluem o trabalho com menos esforço enquanto os espaços dos animais são reduzidos de maneira mais lenta e suave, mas forte o suficiente para a realização do manejo sem a possibilidade de os animais se debaterem.
Bergamaschi destacou que a prioridade de toda esta estrutura é a segurança de animais e peões, por isso ela foi desenhada para que haja contato mínimo entre um e outro, diminuindo o risco de acidentes. Com menor esforço e mais tranquilidade para manejar os lotes, a gestão da fazenda pode ser beneficiada, pois isto facilita a coleta dos dados, por exemplo.
Veja o conteúdo completo da série Embrapa em Ação pelo vídeo abaixo:
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