Proteico energético nas águas garante lucro na pecuária

Conforme calculou zootecnista, uso da suplementação mais intensiva pode aumentar em até 50% a lucratividade das fazendas na época das águas

Nesta segunda, dia 21, o zootecnista José Leonardo Ribeiro, gerente de produtos ruminantes da Guabi Nutrição e Saúde Animal, falou ao Giro do Boi sobre as vantagens da suplementação nas águas com proteico energético em comparação com a chamada linha branca.

“É comum quando a gente tem uma pastagem, uma forragem verde e o que normalmente acontece no período de verão, quando você tem a chuva, a luminosidade, temperatura. A planta forrageira responde em produção de massa. Mas isso não significa necessariamente que você ter um pasto verde e com boa oferta de forragem vai atender o máximo potencial dos animais. Então o que nós observamos nesses últimos anos, e isso é muito importante? É que vem aumentando a suplementação no período das águas também com suplementos minerais proteicos e proteico energéticos”

Conforme disse o especialista, embora sejam essenciais, os minerais de linha branca viabilizam um ganho limitado de peso na época das águas. Ao mesmo tempo, os suplementos proteicos e os proteico energéticos aceleram a terminação dos animais, permitindo um ganho de peso mais rápido e ainda uma taxa de lotação maior das pastagens nas águas. “É fundamental pensarmos num programa nutricional para o período das águas também”, sustentou.

LUCRATIVIDADE AUMENTA EM ATÉ 50%

O especialista explicou a relação entre a suplementação e o aumento de lucratividade das fazendas de gado de corte. “Quando a gente trabalha com suplemento mineral linha branca, um animal de 400 kg no período de verão consome aproximadamente 100 g de suplemento por dia. Quando a gente passa um suplemento mineral proteico, […] esse consumo de suplemento passa a ser em torno de 600 g por dia. E quando esse animal consome o suplemento mineral proteico energético, […] esse consumo de suplemento passa a ser aproximadamente de um 1,2 kg por dia. Então a gente fala que do proteico para o linha branca há um incremento de seis vezes. E do proteico ao proteico energético, esse consumo passa a dobrar”, comentou.

“No entanto, o que é importante ressaltar? Aquele animal que ganharia 500 g consumindo o suplemento mineral linha branca salta para 750 g aproximadamente quando ele consome o suplemento proteico. E esse ganho de peso chega próximo a 1 kg quando ele consome o proteico energético. Quando a gente considera um valor de arroba próximo aos R$ 300,00 a R$ 320,00, […] o resultado se torna ainda muito interessante. Porque esse ganho de peso a mais somado à redução de tempo que o animal permanecerá na propriedade. […] Então, nos nossos cálculos mais recentes, a gente observa que o aumento de lucratividade comparando um proteico ao suplemento mineral linha branca chega próximo de 25% a 30% a mais. Além disso, quando eu comparo essa linha branca com um proteico energético, pode chegar a até 50% a mais de lucratividade”, salientou.

GESTÃO

Contudo, segundo o especialista, o produtor que busca essa intensificação deve lembrar também de melhorar a gestão da propriedade porque o sistema como um todo muda. “É claro que isso vai depender muito do valor da arroba praticado na região de cada pecuarista e do custo de suplementação que ele terá no momento de fazer o seu programa nutricional. E é claro que vai um alerta. Toda vez que eu aumento e intensifico a suplementação, eu também tenho que me preparar com relação a espaçamento de cocho. A minha mão de obra vai ter que trabalhar numa frequência maior porque, ao consumir mais um suplemento proteico ou proteico energético. Isso exige maior espaçamento de cocho, maior frequência da suplementação. O que se for esquecido, pode reduzir essas margens faladas até aqui”, ponderou.

Em conclusão, Ribeiro falou ainda sobre a importância de o pecuarista fazer as contas e consultar profissionais do setor para ajudar no planejamento desta suplementação mais intensiva.

Por fim, assista a entrevista completa com o zootecnista José Leonardo Ribeiro, gerente de produtos ruminantes da Guabi Nutrição e Saúde Animal:

Foto: Agência de Notícias / Embrapa