“O ideal é que os bebedouros e os cochos estejam próximos porque nós temos, no Brasil, uma média de consumo de suplemento abaixo do indicado e abaixo do esperado”, disse o médico veterinário Fernando Loureiro, especialista no que diz respeito a água fornecida para o gado, em resposta a Elizeu Trojan, de Tapira-PR.
“A gente gostaria que, para elevar o consumo, os animais já estivesse ali próximos. Eles estão bebendo água e já acessam o cocho de suplemento. E do cocho de suplemento, eles vão ao bebedouro e está tudo muito próximo, junto”, completou.
“O ideal é que o bebedouro seja o mais central possível no pasto. Nós já abordamos este tema aqui. E os cochos devem ficar num distanciamento de 30 a 50 metros do bebedouro. Outra facilidade deste manejo na fazenda é para os colaboradores. Os peões de serviço a campo, que vão chegar lá e vão ter um local só para eles avaliarem as condições gerais dos cochos de suplemento e também dos bebedouros. O que eles vão fazer é leitura de cocho, saber se está faltando suplemento, se aquele suplemento que ele colocou há alguns dias ainda tem em estoque, pode avaliar este consumo, anotar nas fichas o quanto está sendo colocado e também fazer a leitura do bebedouro, observar como está a condição geral deste bebedouro, se está com água limpa, se a boia está funcionando a contento, se está tendo boa vazão de água, se já precisa ser lavado, se tem algum reparo a ser feito. Isto facilita muito o manejo dentro da fazenda”, sustentou Loureiro.
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“Outra grande vantagem é que por eles estarem próximos, e a gente justamente querer que os animais tenham um bom consumo de água e também um bom consumo de suplemento, é que eles estão ali juntos, assegurando que os animais encontrem os dois sem grandes deslocamentos. Então a gente recomenda que, sim, podem ficar juntos”, assegurou.
Fernando respondeu também no quadro a pergunta de Júlio César Ribeiro, da Fazenda Santa Isabel, de Água Fria de Goiás-GO. Ele questionou se há risco em deixar o bebedouro próximo do cocho de sal com ureia, uma vez que a umidade pode fazer com o suplemento fique tóxico para o consumo animal.
“Não oferece risco de intoxicação pela ureia por estar próximo do bebedouro. Ao entrar em contato com a mucosa ainda na boca dos animais, esta ureia já começa a dissolver. O que não pode é o animal beber aquela calda, aquela sopa que fica dentro do cocho quando chove. Ali a ureia se dissolve e aí ele vai consumir uma quantidade muito grande, podendo causar intoxicação. Mas ela estando seca no cocho e o animal vir do bebedouro, ou vice-versa, não vai incorrer neste erro”, tranquilizou.
Loureiro explicou também que há solução caso ocorra o inverso – animais levando farelo em sua mucosa do cocho para o bebedouro. “E se trouxer farelo do suplemento proteico e da ração para o bebedouro, como que se resolve isso? Lavando o bebedouro com uma maior frequência, pelo menos uma vez na semana. Isso se resolve retirando toda a matéria orgânica, não só o farelo do proteico, mas também folha da pastagem, que os animais trazem na boca, outras sujeiras, tirando as algas e o lodo que cresceram”, concluiu.
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Confira a resposta completa do veterinário no vídeo a seguir: